O corpo do estudante Gabriel Brenno, 21 anos, que morreu após ser baleado com um tiro na cabeça, no dia 17 de julho, em frente à pensão onde morava em Teresina, foi enterrado sob forte comoção, por volta das 17h30 desta quarta-feira (24), em Caxias, no Maranhão, cidade natal do jovem. O principal suspeito do crime é Deivid Ferreira de Sousa, que ainda está foragido.
Velório é marcado por tristeza
O velório teve início, na noite dessa terça-feira (23), por volta das 19 horas, na Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, no bairro Trizidela, onde a família de Gabriel mora.
O GP1 acompanhou parte do velório e o sentimento era de muita tristeza. Depoimentos de amigos, familiares, e de pessoas vizinhas à residência, durante a despedida, mostraram que Gabriel era muito querido.
Mãe emocionada
A mãe de Gabriel, Janaína Nogueira, durante todo o tempo estava muito emocionada, chorava bastante e era amparada por familiares.
Em entrevista ao GP1, ela lembrou da última vez que viu o filho com vida. “Está com uns 15 dias que ele esteve por aqui, ele veio para passar o final de semana. No entanto, notei ele muito distante, trancado, coisa que ele não era, mas a gente não advinha, a gente é mãe, mas não saber ler pensamentos”, lamentou.
“A última vez foi um domingo, porque ele sempre voltava para Teresina no domingo à tarde ou na segunda de manhã bem cedo. Então, eu disse pra ele que estava saindo, dei um beijo na cabeça do meu filho e foi a última vez que eu vi meu filho com vida. Ele sempre levava tudo na brincadeira, para ele não tinha tempo ruim, não tinha tristeza, Gabriel, não era desse mundo”, se emocionou a mãe ao lembrar do filho.
“Desce e arrasa”
Janaina também enalteceu as qualidades de Gabriel. Segundo ela, o jovem era abençoado por Deus. “Ele era um menino estudioso, dedicado, atencioso, carinhoso, um filho e neto perfeito, e um amigo incomparável, meu filho era dotado de uma simplicidade, de uma humildade que eu não sei nem pra quem ele puxou, era um menino abençoado por Deus, insubstituível. Deus quando me deu ele, disse ‘vai meu filho, desce e arrasa’ e ele arrasou com carinho, amor, tinha as falhas dele, mas esses 20 anos para mim foram um privilégio, e o que Deus dá só ele pode tirar”, disse.
Larissa Nogueira, tia do Gabriel, destacou a alegria do sobrinho e o foco dele para passar para a ESA (Escola dos Sargentos e Armas do Exército Brasileiro). “O que fica é alegria dele, o sorriso, perseverança e a luz que ele trouxe à nossa família desde o dia 6 de outubro de 1998, quando nasceu, sempre foi muito amado, querido. A beleza dele sempre foi muito admirada, comentada, ele era muito focado para passar, muito estudioso, todo mundo gostava muito dele”, ressaltou.
“Ele sempre foi uma criança cheia de peraltice, mas respeitosa, obediente. Eu cuidei dele, eu estou enterrando um filho hoje, eu chamava ele de meu filho”, disse Larissa.
A tia do estudante também revelou não acreditar que o acusado de matar Gabriel seja preso. “Queremos Justiça de Deus, porque do homem não vai ter, porque a gente sabe que tem muita burocracia, eu acredito [que ele não vá ser preso] porque ele não tem antecedentes, tem residência, tem todo um processo e eu sei que ele não vai”, declarou.
Às 17h17 o corpo de Gabriel foi levado para ser enterrado. Uma multidão de pessoas acompanhou o cortejo a pé até o cemitério São José, que fica na mesma rua onde ocorreu o velório.
No cemitério, amigos davam adeus ao jovem enquanto o caixão era preparado para o sepultamento.
O enterro aconteceu às 17h30 sob o choro dos que foram se despedir pela última vez de Gabriel.
O crime
Gabriel Brenno Nogueira da Silva Oliveira, de 21 anos, foi baleado na cabeça na manhã da última quarta-feira (17), por volta de 7h15, ao lado de um curso preparatório, na Rua Paissandu, no centro de Teresina. Depois de seis dias internado, Gabriel morreu às 5h45, da manhã do dia 23, no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
Crime foi premeditado
Conforme os investigadores do 1º Distrito Policial, Deivid foi até a pensão, onde a vítima morava, no dia 1º de julho, tentou reservar um quarto dizendo que era técnico em radiologia e que, no dia 2 julho, ele voltou novamente, mas não conseguiu alugar o quarto.
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