Na noite dessa quinta-feira (05) o delegado Jarbas Lima participou de uma entrevista coletiva para tratar sobre a prisão de Gilmar Francisco Gomes, que deixou o filho de 13 anos dormir na penitenciária Major César. Também foi decretada a prisão preventiva do detento José de Ribamar Pereira Lima, que estava com o menor na cela. Como ele estava cumprindo pena em regime semiaberto, agora ele vai para o fechado. Foi pedida ainda a prisão da mãe do adolescente de 13 anos, Sebastiana da Silva Rodrigues, mas a juíza Andrea Parente Lobão Veras negou a solicitação.
Atualmente a criança está em um abrigo de Teresina e para a polícia ficou comprovado que não houve estupro, mas que isso poderia acontecer devido à situação que o menino estava, já que o detento José Ribamar responde por estupro, assim como o pai da criança. O menino fez um exame no IML que comprovou que não houve a conjunção carnal, mas isso não retira a culpa dos envolvidos.
“Sinceramente, o abuso sexual não ocorreu. Nós ouvimos o menor quando ele estava acompanhado por uma assistente social, um psicólogo e um membro do Conselho Tutelar. Inclusive o promotor esteve com a gente, o Paulo Rubens, colhendo informações do menor. Tudo leva a crer que ele poderia ser molestado, mas acho que a ação diligente dos agentes penitenciários, com a vistoria que foi realizada, talvez tenha impedido, mas o que ocorre é que não houve tentativa. Nosso direito pátrio não pune os atos preparatórios, mas se o menor está em uma cela com uma pessoa que já cometeu crime sexual, a vulnerabilidade dele é grande. Caso seja necessário vamos ouvir o menor de novo, o pai e a mãe”, disse o delegado de Altos, Jarbas Lima.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Jarbas Lima
Detento sofreu ameaças
“O José Ribamar está separado em uma cela na Major César, ele estava com risco de vida em decorrência da revolta dos detentos pela confusão e transtorno que ele causou na Major César. Ele se encontra recolhido e possivelmente será transferido para a delegacia de Altos”, disse o delegado.
Mandados de prisão
“Hoje requisitamos para a juíza Andrea os mandados de prisão preventiva para o pai, a mãe e o detento. Ela concedeu o mandado para o José Ribamar e para o pai do menor, o Gilmar. O da mãe não foi concedido. Eles são acusados de abandono de incapaz e por submeter criança ou adolescente em qualquer ato vexatório. Como eles já possuíam processos por estupro de vulnerável, achamos por bem decretar a preventiva. O da mãe não foi decretada porque ela possui bons antecedentes e não havia concordado com que o menor ficasse, apesar de ser omissa ao deixar ele”, destacou.
O pai não resistiu à prisão. “O delegado de Altos, Jarbas Lima, explicou que o pai não resistiu ao pedido de prisão. A Polícia Civil chegou a gravar um vídeo mostrando o momento em que ele é preso. “Efetuamos a prisão dele dentro da delegacia. Ele veio até mim e eu estava esperando o mandato de prisão. Aí o pai chega de repente na delegacia perguntando se ele podia pegar uma autorização de um aluguel lá em Alto Longá de uma casa, aí eu pedi para ele esperar. Aí o mandado de prisão chegou e eu cumpri. Ele não se opôs. Ele se mostrou arrependido, mas estava mais preocupado com o aluguel da casa”, disse o delegado.
Trabalho infantil
Um dos pontos investigados será se a criança tinha o costume de ir para a penitenciária Major César para trabalhar. “Isso tudo está sendo investigado, o que posso adiantar que não é a primeira vez que ele dormiu lá, já fez isso quando o pai dele estava recolhido na penitenciária, mas essa questão do trabalho escravo vai ser investigado”, explicou.
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