O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou nesta terça-feira, 20 um processo contra o Google por concorrência desleal. O caso representa o maior desafio legal dos EUA contra uma companhia dominante do setor de tecnologia em duas décadas, e tem potencial de abalar o Vale do Silício. A notícia foi revelada inicialmente pelo Wall Street Journal.
O processo questiona a dominância do buscador do Google no mercado. O Departamento de Justiça alega que o Google mantém condutas anticompetitivas para preservar o monopólio de seus sistemas de busca e anúncios em pesquisas, que constituem a base dos serviços da companhia.
O governo americano argumenta também que o Google está mantendo sua posição de domínio do mercado por meio de uma rede ilegal de acordos comerciais exclusivos que excluem os concorrentes. O Departamento de Justiça afirma que o Google usa bilhões de dólares coletados de anúncios em sua plataforma para pagar fabricantes de celulares, operadoras e navegadores, com o objetivo de manter o Google como seu mecanismo de busca padrão predefinido.
Dentro disso, há a acusação de que o Google proíbe que sistemas de busca concorrentes sejam pré-instalados nos aparalhos com sistema operacional Android. Segundo o processo, a companhia controla atualmente cerca de 80% das buscas nos Estados Unidos.
Na prática, o processo pode resultar em mudanças obrigatórias nos negócios do Google, a fim de abrir espaço para empresas rivais. O Departamento de Justiça ainda não detalhou quais medidas exatamente estão em jogo.
Em publicação no Twitter na manhã desta terça, o Google argumentou que o processo do Departamento de Justiça é falho. “As pessoas usam o Google porque querem, não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas. Teremos uma declaração completa ainda nesta manhã”, disse a empresa.
A investigação contra o Google ocorre há mais de um ano, e pode abrir precedente a outras companhias.
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