Na noite desta quinta-feira (15) foi realizado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), no Memorial Esperança Garcia, na Avenida Miguel Rosa, na zona sul de Teresina, um ato em solidariedade e pela memória da vereadora Marielle Franco, assassinada com quatro tiros no Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (14).
Cerca de 150 pessoas participaram do ato, e foi realizada uma caminhada a partir da Avenida Miguel Rosa até a Frei Serafim. Entre os presentes, estava a vice-governadora Margarete Coelho (Progressistas), que destacou a violência contra as mulheres e a perda da vereadora.
“Meu sentimento é de uma perda terrível, perda para o movimento das mulheres, para a qualidade da política do Brasil, para essa comunidade que luta tanto para chegar, onde ela chegou, que é essa comunidade da periferia. Não sei que fato levou esse assassinato brutal, mas sei que o fato dela ser mulher, negra, da periferia, por estar em um lugar que foi sempre onde a elite esteve, agravou essa exposição dela, essa vulnerabilidade. Então perdem todas as mulheres. É uma a menos, o que diminui a nossa luta, a nossa participação na política. Ainda somos destinadas a um vagão de segunda classe. Quando chegamos a um de primeira classe, ela é agredida, como se aquele lugar não fosse dela. Meu segundo sentimento é de extrema indignação, nós não podemos admitir isso”, afirmou.
Letícia Lima, secretária estadual de mulheres do PSOL, acredita que as bandeiras defendidas pela vereadora podem ter motivado o assassinato e pediu que o fato seja devidamente esclarecido.
“A perda dela é muito grande para o PSOL. Essa é uma tentativa se solidarizar com o pessoal do Rio de Janeiro e com a família dela, por isso a gente fez esse ato. Sabemos que a morte dela não foi em vão e não foi por acaso. Ela foi nomeada como parte da comissão que acompanharia a intervenção no Rio de Janeiro. Dia 10 de março ela denunciou alguns policiais por violação de direitos humanos na favela do Acaraí e no dia 14 de março ela foi assassinada. Inclusive esse batalhão que ela denunciou, é o que mais mata no Rio de Janeiro. A gente sabe que existe uma linha do tempo e que ela não pode ser apagada, toda a sua história e luta é muito importante. A gente pede uma apuração imediata dos fatos para que os culpados sejam punidos, a gente sabe que o que aconteceu foi o silencia mento de uma voz forte que denunciava a violação dos direitos humanos”, disse Letícia.
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