O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, no último dia 22, com o secretário da Comissão Central de Inspeção Disciplinar do Comitê do Partido Comunista da China (PCCh). A reunião aconteceu no Palácio do Planalto, dois dias após o PT assinar “acordo de cooperação e intercâmbio” com a sigla comunista.
Os dois partidos firmaram seis compromissos com o objetivo de “aprofundar constantemente as relações amistosas”.
A aproximação com o PCCh, no entanto, não é vista com bons olhos por alguns especialistas ouvidos pelo jornal Gazeta do Povo. Segundo o cientista político Marcelo Suano, o Partido Comunista é o responsável pelo regime autoritário na China sob o comando de Xi Jinping, acusado de cometer crimes contra os direitos humanos.
Marcelo Suano destacou alguns pontos do termo de cooperação firmado entre o PT e o PCCh. O cientista político informa que os dois partidos concordam em “estabelecer intercâmbios complexos, de múltiplos níveis e institucionalizados, com troca de delegações de diversos níveis para fortalecer o estudo mútuo de experiências de governança”.
Para o especialista, a cooperação entre as duas siglas poderia interferir na autonomia do Brasil. “Há o risco de existir uma interferência direta da China no país [...] A possibilidade de ter troca de informações estratégicas é muito grande e não me assustaria que houvesse uma troca de colaboração de serviço e inteligência, tal qual foi proposto com o serviço de inteligência da Venezuela. Você ter treinamentos ou algumas discussões de serviço de inteligência é uma coisa, mas ter trocas de informações e trabalhos conjuntos, é uma aberração”, enfatizou.
Comitiva no Brasil
Cerca de 40 membros do Partido Comunista da China vieram ao Brasil na semana passada. Li Xi, secretário da Comissão Central de Inspeção Disciplinar da sigla, se encontrou com o presidente Lula e com o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Venezuela e Nicarágua
Um dos maiores motivos de críticas ao presidente Lula é seu posicionamento em relação a ditaduras como a Venezuela, de Nicolás Maduro, e Nicarágua, de Daniel Ortega.
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