Um jardim de infância foi alvo de bombardeio na sexta-feira, 26, e causou a morte de várias crianças na região de Tigré, onde o governo disputa o território com o partido Frente de Libertação do Povo de Tigré (FLPT). O ataque aéreo foi reprovado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) neste sábado, 27.
“A Unicef condena veementemente o ataque aéreo em Mekele, capital da região de Tigré, Etiópia. O atentado atingiu um jardim de infância, matando várias crianças e ferindo outras”, tuitou a diretora executiva do organismo do UNICEF, Catherine Russell.
UNICEF strongly condemns the air strike in Mekelle, the capital city of the Tigray Region, Ethiopia. The strike hit a kindergarten, killing several children, and injuring others. UNICEF calls on all parties to agree to an immediate cessation of hostilities.
— Catherine Russell (@unicefchief) August 26, 2022
Os rebeldes já haviam alertado sobre o atentado no jardim de infância. O governo etíope, porém, nega que as bombas tenham atingido a creche e garante que ataca somente com “objetivos militares”.
“Mais uma vez, as crianças pagaram um alto preço pela escalada da violência no norte da Etiópia. Por quase dois anos, as crianças e suas famílias na região sofreram os tormentos deste conflito. Isso tem que acabar”, acrescentou Russell.
Um funcionário do hospital Ayder, a principal casa de saúde de Mekele, disse na sexta-feira que recebeu, em seu setor, quatro mortos, dois deles crianças, e nove feridos. A televisão oficial do Tigré afirmou que “sete civis, incluindo três crianças” foram mortos. O acesso ao norte da Etiópia está bloqueado para jornalistas, o que impossibilita a verificação dessas informações.
Guerra Civil
O confronto armado iniciou em novembro de 2020, quando o governo etíope enviou tropas a Tigré para tentar tomar o controle da região. O território estava sob domínio do partido separatista FLPT e segue em disputa. Após cinco meses de trégua, os combates foram retomados nesta quarta-feira, 24.
Grupos separatistas se articulam para destituir o primeiro-ministro Abiy Ahmed. O estadista era considerado pacificador, tanto é que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 2019. No ano seguinte, Ahmed enviou tropas à região de Tigré e desde então lidera uma guerra civil.
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