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EUA analisam vacinas para serem usadas contra a varíola dos macacos

O presidente dos Estados Unidos afirmou que todos devem se preocupar com casos da doença nos países.

O presidente Joe Biden disse neste domingo, 22, que os Estados Unidos estão analisando quais vacinas podem ser utilizadas para proteger as pessoas contra a varíola dos macacos. Ele disse ainda que 'todo mundo deve se preocupar' à medida que os casos continuam se espalhando pelo mundo e alguns países reforçam seus estoques de tratamento.

"Estamos trabalhando duro para descobrir o que fazemos e qual vacina, se houver, pode estar disponível para isso", disse Biden, durante visita oficial a Coreia do Sul.


A varíola dos macacos foi confirmada, até o momento, em 92 pacientes em ao menos 12 países, segundo balanço da OMS divulgado no sábado, 21. Foi identificada em nove países europeus - Reino Unido, Espanha, Portugal, Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Suécia-, além de Estados Unidos, Canadá e Austrália. Outros 50 casos permanecem sob investigação. Os cientistas estão correndo para descobrir o que está causando as infecções e como responder.

Dois países que não estão na lista da OMS - Israel e Suíça - relataram seus primeiros casos confirmados neste sábado.

Biden considera preocupante que a recente disseminação de infecções pela varíola dos macacos. "Os conselheiros de saúde ainda não me disseram o nível de exposição, mas é algo com o qual todos devem se preocupar", disse Biden. “É uma preocupação que, caso se espalhe, pode ter consequências”, reforçou.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que os Estados Unidos têm vacinas disponíveis para tratar um possível surto de varíola e que Biden foi informado sobre o caso no país e no exterior. "Ele está sendo informado disso regularmente", disse Sullivan ao deixar a Coreia do Sul.

Estudos sugerem que a vacina contra a varíola comum é pelo menos 85% eficaz contra a varíola dos macacos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, que observam que os Estados Unidos licenciaram duas vacinas para prevenir a varíola comum, sendo uma autorizada especificamente para a varíola dos macacos.

A disseminação ainda inexplicável de um vírus contagioso disparou alarmes em uma comunidade científica ainda se recuperando da pandemia de coronavírus - mas alguns especialistas observam que os dois são diferentes. A varíola dos macacos transmite menos facilmente entre humanos e existem opções de vacinas que se mostraram eficazes contra a doença.

"Este não é um vírus novo para nós. Conhecemos esse vírus há décadas", disse Ashish Jha, coordenador de resposta ao coronavírus da Casa Branca, em entrevista à ABC News. Ele disse que não ficaria surpreso ao ver mais alguns casos nos próximos dias.

"Este é um vírus que entendemos. Temos vacinas contra ele. Temos tratamentos contra ele. Não é tão contagioso quanto a covid-19. Então, estou confiante de que seremos capazes de manter nossos braços em torno dele", afirmou.

Neste ponto, o risco geral para o público da varíola dos macacos é considerado "muito, muito baixo", disse Tom Inglesby, diretor do Johns Hopkins Center for Health Security, ao The Washington Post.

Uma infecção foi identificada em Massachusetts e autoridades de saúde da cidade de Nova York disseram na sexta-feira, 20, que dois pacientes foram testados como parte de uma investigação sobre casos suspeitos de varíola no Estado. Um paciente testou positivo para o orthopoxvirus, família de vírus à qual pertence a varíola dos macacos, informaram as autoridades estaduais.

Na quarta-feira, 18, a Bavarian Nordic, empresa com sede em Copenhague que desenvolveu a vacina contra a varíola licenciada para uso contra a varíola dos macacos nos Estados Unidos, disse que o governo dos EUA exerceu suas opções sob um acordo com a empresa para fornecer uma versão liofilizada da Jynneos, vacina contra a varíola, permitindo assim que as primeiras doses desta versão sejam fabricadas e faturadas em 2023 e 2024.

O pedido de novas doses da vacina, que tem uma vida útil mais longa, vale US$ 119 milhões, disse a Bavarian Nordic em um comunicado à imprensa. Sob seu acordo com a empresa, a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado dos EUA ainda pode exercer opções no valor de US$ 180 milhões para cerca de 13 milhões de doses liofilizadas da vacina contra a varíola no futuro.

A Bavarian Nordic disse ainda que garantiu um contrato com um país europeu não revelado para fornecer sua vacina contra a varíola, a Imvanex, em resposta a novos casos de varíola dos macacos que surgiram neste mês. A Imvanex, assim como a vacina Jynneos, é conhecida na Europa. Ela é licenciada apenas para o tratamento da varíola, mas foi usada de forma off-label (sem bula) em incidentes anteriores de varíola dos macacos.

Pelo menos dois países europeus passaram a estocar vacinas em um possível esforço para se antecipar à disseminação. O secretário de Saúde britânico, Sajid Javid, confirmou na sexta-feira que o Reino Unido adquiriu mais doses de vacinas eficazes contra a varíola.

Enquanto isso, a Espanha está se preparando para comprar milhares de doses adicionais da vacina Imvanex, informou o jornal espanhol El Pais. A Espanha também está se movendo para adquirir mais um tratamento antiviral para a varíola dos macacos chamado Tecovirimat, de acordo com o jornal.

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