Um grupo de brasileiros foi preso e acusado de promover um esquema de contrabando de pessoas nos Estados Unidos. Nesta terça-feira, procuradores federais de Massachusetts abriram um processo de quatro acusações contra Chelbe Willams Moraes por induzir brasileiros a entrarem nos EUA para obter ganhos financeiros, bem como por lavagem de dinheiro e conspiração. Ele é irmão de Jesse James Moraes e tio de Hugo Giovanni Moraes, pai e filho que foram presos, nesta terça-feira, 4, na capital Woburn, suspeitos de também participarem do tráfico de pessoas.
De acordo com um comunicado da Procuradoria do Distrito de Massachusetts divulgado nesta terça-feira, Moraes, o irmão e o sobrinho são suspeitos de “contrabandear indivíduos do Brasil para os Estados Unidos por uma taxa de US$ 18 mil a US$ 22 mil”. Segundo as investigações, Jesse e Hugo Moraes seriam os responsáveis por empregar essas pessoas nos restaurantes que operam em Woburn - Taste of Brazil - Tudo No Brasa, e The Dog House, e depois reterem os salários para pagar as dívidas de contrabando.
Em 2021, Chelbe Moraes foi preso no Paraguai pela suspeita de ter fugido com sua filha pequena, crime pelo qual agora está sendo julgado no Brasil. Após sua prisão, a Polícia Federal do Brasil começou a suspeitar de que ele seria um contrabandista de seres humanos, um dos vários que estavam ajudando a conduzir prisões recordes de brasileiros na fronteira sul dos Estados Unidos. Ele foi acusado de cobrar de brasileiros sem vistos válidos para entrar nos EUA via México, usando uma rede internacional de policiais e funcionários corruptos, bem como de seus familiares residentes naquele país.
Na época da prisão, Moraes chegou a negar que fosse um contrabandista de seres humanos, alegando que dirigia uma consultoria legítima aconselhando pessoas sobre pedidos de asilo nos EUA. Ele disse que cobrou cerca de R$ 100 mil aos que atendessem aos critérios dos EUA para ajudá-los na migração.
Ainda segundo o comunicado do Departamento de Justiça de Massachusetts divulgado nesta terça-feira, Moraes, o irmão e o sobrinho “supostamente deram ou ofereceram documentação falsa aos indivíduos para apoiar pedidos de asilo ou obter autorização de trabalho”. Também nesta terça-feira, um quarto brasileiro, Marcos Chacon, de 29 anos, foi indiciado por saber dessa suposta transferência de documento de identidade falso e estar ciente de que este teria sido produzido sem autorização legal, além de entrada ilegal por estrangeiro deportado.
Chelbe Moraes se recusou a comentar sobre as acusações dos EUA. Os advogados de Jesse James Moraes e Hugo Giovanni Moraes não responderam imediatamente ao pedido de comentário.
Procurado para comentar no ano passado, Jesse James Moraes negou que tenha trabalhado com seu irmão para trazer brasileiros ilegalmente para os Estados Unidos. Ele também negou que empregasse clientes de seu irmão em seus restaurantes.
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