O pioneiro dos programas de antivírus John McAfee foi encontrado morto nesta quarta-feira, 23, em uma prisão em Barcelona, na Espanha, confirma o Departamento de Justiça catalão. Criador do software que leva seu sobrenome, o empresário, de 75 anos de idade, estava na penitenciária Brians 2, em Sant Esteve de Sesrovires.
As autoridades espanholas acreditam que o empresário se matou após decisão judicial da última segunda-feira, 21, que autorizava a extradição de McAfee para os Estados Unidos, onde iria cumprir pena pelo crime de evasão fiscal.
“A comitiva judicial viajou até a prisão e está investigando as causas da morte. Tudo indica que pode ser uma morte por suicídio”, afirmou o comunicado.
Prisão
Procurado pela Interpol com código vermelho (o mais alto da polícia internacional), McAfee foi preso em outubro de 2020 quando estava prestes a embarcar em um voo para Istambul com um passaporte britânico. As forças policiais haviam encontrado o empresário depois que ele publicou uma foto nas redes sociais que teria denunciado sua localização.
Autoridades dos EUA afirmam que McAfee sonegou impostos e não informou ganhos de milhões de dólares por meio da promoção de criptomoedas e trabalho de consultoria e venda de direitos sobre a história de sua vida para um documentário. O órgão de regulação do mercado de capitais dos Estados Unidos, a SEC, o acusa de ter levantado US$ 23,1 milhões em compensações por ter feito recomendações enganosas sobre criptomoedas.
Na época de sua prisão, uma fonte da área judicial disse que McAfee foi apresentado a um juiz por meio de videoconferência e enviado à prisão onde iria aguardar a extradição para os EUA. A decisão aconteceu na última segunda-feira, 21 e foi divulgada nesta nesta quarta-feira, quando um juiz espanhol decidiu pela extradição do empresário para os Estados Unidos.
A decisão da justiça espanhola ainda poderia ter tido apelação pela defesa de McAfee, mas, poucas horas depois de emitida a ordem, o empresário foi encontrado por policiais, já morto, na prisão.
Em entrevista ao jornal espanhol El Diario, McAfee descreveu como era sua rotina na penitenciária em Barcelona: “A vida nas prisões espanholas é como o (hotel) Hilton, comparada ao surrealismo abjeto e à desumanização das prisões americanas. Aqui eles me tratam como um ser humano em vez de um número.”
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