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Mídia internacional não acredita em recuperação após impeachment

O britânico “The Guardian” avalia que a “velha política vai calmamente engavetar a Lava Jato e restaurar as políticas conservadoras do passado”.

Segundo a avaliação da imprensa internacional, a saída de Dilma Rousseff não deve resolver os problemas do país. Está acontecendo nesta quarta-feira (31), no plenário Senado Federal, a votação que decide se a presidente deve ou não ser afastada definitivamente do cargo.

Para o jornal americano The Washington Post, o longo processo de impeachment, que se arrastou por nove meses, pode servir para “alienar mais ainda eleitores desencantados com o sistema político”. O jornal diz ainda que o que o presidente interino, Michel Temer, é tão impopular quanto Dilma e que o processo desmobilizou a esquerda no país, citando os protestos pró-Dilma em Brasília nesta semana e a postura “desapaixonada” de congressistas do PT em defesa da presidente afastada.


O também jornal americano The New York Times (NYT), acredita que o processo de impeachment pode servir de ponto final para um dos períodos mais tumultuados da democracia no Brasi. No entanto, o texto lembra também que o presidente interino Michel Temer é um líder impopular e pertence a um dos partidos mais atingidos pelos escândalos de corrupção, o PMDB.

  • Foto: FramePhoto/EstadãoTemer e DilmaTemer e Dilma

Para o jornal britânico The Guardian, as pedaladas são apenas o “pretexto legal” para afastar Dilma. “As verdadeiras razões para impeachment são políticas. Dilma Rousseff é extremamente impopular porque ela é culpada pelas múltiplas crises que o país enfrenta e revelou-se uma líder inepta”, diz o periódico. Ao fazer uma projeção para o futuro, o jornal avalia que em um cenário mais favorável, “a economia vai engrenar no próximo ano e Lava Jato irá limpar o câncer político da nação”. Em outro cenário, a “velha política, uma vez que Lula e Dilma Rousseff estão fora do caminho, vai calmamente engavetar a Lava Jato e restaurar as políticas conservadoras do passado”.

Voltado para o viés econômico, o jornal americano The Wall Street Journal (WSJ) aponta que “investidores podem estar dando muito crédito a políticos do país e desconsiderando os problemas”. O principal jornal lembra que desde que assumiu, o presidente interino Michel Temer “fez muito pouco” para restaurar a economia. Para o periódico, as “primeiras ações” de Temer no cargo vão em sentido oposto do controle de gastos: tolerância a Estados endividados com a União e “aumentos para servidores públicos muito bem pagos”.

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