A cidade de São Luís, no Maranhão, recebeu o título de Capital Nacional do Reggae. O título foi oficializado pela Lei 14.668 de 2023, publicada no Diário Oficial da União no último dia 12. A norma é oriunda do Projeto de Lei de autoria do ex-deputado federal e atual secretário da Agricultura Familiar do Maranhão, Bira do Pindaré (PSB-MA). O texto foi aprovado no ano passado pela Câmara dos Deputados.
Segundo Bira do Pindaré, o reggae está no dia a dia do maranhense.“Influencia na maneira do maranhense falar, vestir-se e dançar, entre outras coisas. O estilo musical vai além do simples ritmo no Maranhão, é um movimento cultural que transmite a mensagem de liberdade, igualdade, paz, amor e harmonia”, explicou.
O relator do projeto no Senado, senador Cid Gomes (PDT-CE), destacou que, no início, o gênero foi visto com preconceito, mas logo foi abraçado pela cidade. “Não há dúvida de que a origem africana, transformada em moderna expressão afro-caribenha, foi um fortíssimo fator que impulsionou essa convergência do reggae com o povo do Maranhão, com sua elevada participação de afrodescendentes. Temos hoje, no centro histórico da capital, o Museu do Reggae do Maranhão, único museu do gênero fora da Jamaica, visitado por dezenas de milhares de pessoas a cada ano”, declarou Cid Gomes.
São Luís e o novo ritmo
Em meados da década de 1970, as raízes do reggae foram fincadas na periferia da capital do Maranhão. A tese mais conhecida é a de que os marinheiros que atracavam no porto de São Luís traziam os discos da Jamaica. Nos prostíbulos, o artefato era utilizado como moeda de troca, já que os marinheiros não tinham dinheiro para pagar as mulheres.
Conforme o tempo foi passando, o ritmo passou a tocar em todos os lugares da cidade, e aos poucos passou a fazer parte da programação cultural de São Luís, mas de um jeito mais maranhense, dançado a dois, o famoso “agarradinho”, além de ser embalada pelas radiolas, equipamento com várias caixas de som acopladas, formando um “paredão”.
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