Os dois policiais militares do 11º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) que atiraram na irmã da cantora Aline Conrado, uma criança de 12 anos, foram afastados dos trabalhos de patrulhamento da unidade policial. O GP1 apurou nesta quarta-feira (30) que os militares estão sem realizar as funções desde a segunda-feira, 28 de agosto.
Além do afastamento, a Polícia Militar do Maranhão já instaurou um inquérito para apuração dos fatos. A medida ocorre após determinação do Comando-Geral da PM-MA, que designou um oficial da mais alta patente para se dirigir à Timon e realizar os procedimentos da apuração.
Por meio de nota, a Polícia Militar do Maranhão informou que os militares investigados estão realizando apenas funções administrativas até a finalização das investigações por parte do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Cantora foi prestar depoimento
A cantora Aline Conrado compareceu à sede do DHPP na manhã dessa terça-feira (29), onde prestou depoimento e concedeu entrevista ao GP1. Em tom de desabafo, a artista pediu por Justiça.
À nossa reportagem, ela contou detalhes da madrugada do sábado, 26 de agosto, quando tudo aconteceu. Ela revelou que estava fazendo um show em Timon e toda a sua família estava lá. Na volta para Teresina, Aline e o namorado saíram em um carro e foram para outro evento, enquanto o pai, a mãe e a irmã, Geovanna Gabriely, seguiram para casa em outro veículo. Pouco tempo depois ela recebeu uma ligação da mãe, informando o ocorrido.
Os policiais militares que atiraram em sua irmã prestaram socorro. Aline Conrado relatou ainda que no momento em que sua família foi abordada, seu pai chegou a dizer aos policiais que tinha uma criança no veículo. Por fim, a cantora fez um desabafo, falando da revolta que a família está sentindo e ressaltando que vai lutar por Justiça.
Entenda o caso
Segundo informações do delegado Barêtta, diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o caso aconteceu na BR 343, no sinal do cruzamento com a Avenida Principal do Dirceu. Estavam no veículo o pai, a mãe e a irmã da cantora Aline Conrado. Eles voltavam de Timon, onde a cantora havia se apresentado, quando foram abordados por policiais militares do Batalhão de Timon, que estavam à paisana.
“As pessoas vinham de Timon, em um Siena, havia inclusive instrumentos musicais no carro. Estavam o marido, a esposa e a criança de 12 anos, quando, já na altura do Dirceu, esse carro fez abordagem. As pessoas do Siena pensaram que era assalto e quando tentaram sair foram atingidos com vários disparos de arma de fogo, e um dos projéteis chegou a atingir essa criança na região do abdômen”, detalhou o delegado Barêtta.
O GP1 apurou que o carro foi alvejado com pelo menos oito tiros, sendo a maioria de fuzil 556.
Confira nota da Polícia Militar do Maranhão na íntegra
Acerca dos fatos envolvendo policiais do 11° Batalhão de Timon, a Polícia Militar do Maranhão informa que, imediatamente após tomar ciência, instaurou inquérito policial militar para apuração da conduta dos policiais e o afastamento de ambos do serviço operacional. Conforme determinação do Comando Geral da Polícia Militar, as investigações serão conduzidas pelo Comando de Policiamento do Interior (CPAI)
A Polícia Militar do Maranhão reafirma o compromisso da instituição em proteger o cidadão e que, sendo comprovado excessos dos policiais, os envolvidos estarão sujeitos às penalidades previstas em lei.
Por fim, a PM reitera que não coaduna com condutas que desabonem o decoro, nem legitima ações que ferem os princípios profissionais e éticos que orientam as atividades da corporação.
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