Davi Fernandes
O dólar à vista registrou alta frente ao real nesta sexta-feira (21), porém segue em direção à terceira queda semanal consecutiva. Às 10h35, a moeda americana subia 0,76%, cotada a R$ 5,7228 na venda, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caía 0,02%, aos 131.922,44 pontos. Apesar da alta no dia, o dólar enfrenta uma semana de perdas.
Na quinta-feira (20), o dólar fechou em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,6763. Essa recuperação foi impulsionada por uma valorização da moeda nos mercados externos, que a fortaleceu frente a outras divisas fortes e emergentes. A valorização do dólar segue um movimento global, em que as expectativas dos investidores sobre as políticas econômicas dos EUA e a recuperação da moeda influenciam o mercado de câmbio. No entanto, o dólar acumulou perdas em relação ao real nos últimos dias.
A semana foi marcada por um clima de otimismo global, especialmente após uma conversa entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia. O diálogo envolveu um cessar-fogo de 30 dias nos ataques russos à infraestrutura da Ucrânia, gerando expectativas de redução das tensões geopolíticas. Além disso, os mercados reagiram positivamente às notícias sobre o aumento dos gastos com defesa na Alemanha, com a aprovação de um pacote histórico de investimentos no país, incluindo um fundo de 500 bilhões de euros.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic para 14,25% ao ano, o que impactou o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos. A decisão tende a atrair mais investimentos para o país, o que favorece a valorização do real. No entanto, o mercado também está atento ao projeto de lei enviado pelo governo federal, que propõe aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5.000. Esse projeto gerou preocupações fiscais, pois sua aprovação sem a devida compensação pode afetar as contas públicas.
No cenário internacional, a próxima semana trará novos desafios para o dólar, com foco nas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump. Em 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos deverá anunciar uma série de tarifas recíprocas, o que pode gerar novas tensões comerciais e impactar diretamente a economia global.
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