O Brasil elevou sua taxa básica de juros (Selic) para 14,25% ao ano, alcançando a quarta posição no ranking mundial dos maiores juros reais, segundo um relatório da consultoria MoneYou. Com esse aumento, o país fica atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia. Embora a taxa de juros tenha subido, os juros reais do Brasil, que descontam a inflação projetada para os próximos 12 meses, permanecem em 8,79%. O aumento ocorre como uma tentativa do Banco Central de conter a inflação crescente, impulsionada por fatores internos, como o descontrole nos gastos públicos e a falta de uma política fiscal mais robusta.
A elevação da Selic em 1 ponto percentual, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nessa quarta-feira (19), foi justificada pela necessidade de combater a inflação, especialmente em um ambiente externo desafiador. No comunicado do Banco Central, foi destacada a incerteza gerada pela política econômica dos Estados Unidos, o que dificulta as projeções de crescimento e desinflação nos demais países. A Selic de 14,25% é a maior desde 2016, um período de grave crise econômica no Brasil, durante o governo de Dilma Rousseff.

A inflação projetada para o Brasil nos próximos 12 meses é de 5,49%, de acordo com dados do Boletim Focus. No entanto, o país não conseguiu se manter no topo do ranking dos maiores juros reais, sendo superado por Turquia (11,9%), Argentina (9,35%) e Rússia (8,91%).
O Brasil, que liderava esse ranking até o início de 2023, agora ocupa a quarta posição, o que demonstra a dificuldade do país em controlar a inflação diante das altas taxas de juros.
O Comitê de Política Monetária já indicou que os juros podem continuar subindo na próxima reunião de maio, embora em uma intensidade menor. O objetivo é reduzir a inflação para 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
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