O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou o pior resultado nas contas públicas de um primeiro ano de mandato presidencial, com um déficit de R$ 104,6 bilhões, de acordo com dados do Tesouro Nacional. Essa cifra representa um cenário no qual o governo gastou mais do que arrecadou nos primeiros meses de sua gestão, agregando estatísticas do Tesouro, Banco Central e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A surpreendente quebra do histórico de superávits iniciais do governo Lula é notável quando se compara com seus dois mandatos anteriores. Em 2003, o presidente havia registrado um superávit de R$ 107,8 bilhões, enquanto em 2007, alcançou um superávit de R$ 129,2 bilhões, valores corrigidos pela inflação, conforme o jornal Folha de S.Paulo.
A virada nas contas públicas se deu antes mesmo de Lula assumir a presidência. Antecipando sua gestão, o presidente negociou com o Congresso a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) conhecida como "Fura-Teto", que elevou os gastos públicos em até R$ 168 bilhões para o ano vigente.
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, ressaltou que a deterioração das contas públicas não é um fenômeno recente, apontando para governos anteriores. A petista Dilma Rousseff, por exemplo, acumulou um déficit de R$ 288,1 bilhões em seu segundo mandato, enquanto Michel Temer enfrentou um rombo de R$ 448,1 bilhões, levando à criação do Teto de Gastos como tentativa de solucionar a questão.
Já no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, um déficit de R$ 1 trilhão foi impulsionado pelos gastos relacionados ao combate à pandemia da covid-19 ao longo de quatro anos. Entretanto, em seu último ano de mandato, Bolsonaro, através do Ministério da Economia, liderado por Paulo Guedes, entregou um superávit de R$ 54,1 bilhões em 2022, marcando o primeiro resultado positivo desde 2013.
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