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Economia e Negócios

Paulo Guedes defende gastos de 'PEC dos Benefícios Sociais'

“Se há fome e as pessoas estão cozinhando com lenha, o programa não é eleitoreiro”, afirmou o ministro.

No dia seguinte à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia e cria novos benefícios sociais até o final do ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, atacou os críticos das medidas de serem politicamente enviesados e tentou tranquilizar os investidores de que não há desequilíbrio fiscal com o aumento dos gastos.

Em pronunciamento virtual, o ministro disse que a PEC não é eleitoreira porque há pessoas com fome e cozinhando com lenha e que os críticos fazem “politização da tragédia”. Ele agradeceu aos parlamentares por terem aprovado a proposta e disse que o Congresso está moderando as demandas políticas e apoiando uma exigência da opinião pública ao aumentar os auxílios.


“O fiscal está forte. Quero tranquilizar os analistas preparados e que não estão politicamente enviesados”, afirmou. Ao rechaçar avaliação de que a PEC representava populismo fiscal, o ministro disse que estava se dirigindo aos analistas preparados tecnicamente e não os que fazem militância partidária.

Ele chegou a falar em “sabotagem” quando se está lutando para resolver os problemas que a própria opinião pública e mídia estavam apontando, como o aumento da fome. “Se há fome e as pessoas estão cozinhando com lenha, o programa não é eleitoreiro”, afirmou. Para ele, é "fake news chamar" de populismo fiscal as medidas que estão sendo adotadas.

Guedes falou antes do início de uma entrevista do Ministério da Economia para apresentação de novas previsões para os principais indicadores econômicos do Brasil. A imprensa não pode fazer perguntas.

A estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano subiu de 1,5% para 2%. Para 2023, na contramão do mercado financeiro que vê desaceleração da atividade econômica, o governo prevê crescimento mais robusto de 2,5%.

Na fala, Guedes rebateu também o nome de 'PEC Kamikaze' e disse que o texto aprovado deve ser chamado de PEC das bondades. Ele ponderou que a PEC seria se a proposta de criação de um fundo de estabilização para segurar os preços do petróleo fosse aprovada. O custo, segundo ele, seria de R$ 180 bilhões desde o ano passado.

“Estamos seguros que fizemos o certo. Quem não tem preparo técnico ou está com militância política não vai entender nunca as diferenças”, ao comentar a percepção de risco fiscal. “Esse dinheiro ia e não voltava mais. Seria um saco sem fundo. Era três ou quatro vezes (o que está sendo gasto),”, ponderou.

O ministro citou dados que mostram que as contas do setor público consolidado registraram superávit no ano passado e as do governo federal ficaram com saldo próximo de zero. Ele chamou de “nuvem de gafanhoto” os que quebraram as estatais no passado.

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