O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta sexta-feira, 29, que o governo quer conceder aumento de 5% para todos os servidores públicos, como antecipou o Estadão, ainda este ano, em que disputa a reeleição. O custo de oferecer esse aumento para todo o funcionalismo a partir de julho é R$ 6,3 bilhões em 2022.
A declaração foi feita em conversa informal antes de entrevista à Rádio Metrópole, de Cuiabá (MT), transmitida pelas redes sociais do presidente.
“Qual é a sugestão aqui? Daria 5% para todo mundo e o topo de vocês chegaria no topo do agente da PF. É o que está sendo discutido agora”, afirmou Bolsonaro ao entrevistador, que é policial rodoviário federal, categoria que junto à Polícia Federal pleiteia uma reestruturação das carreiras para além dos 5% de aumento geral decidido pelo governo. “Sobrou 5% para todos os servidores”, acrescentou o chefe do Executivo, que se disse “amarrado”, em referência às limitações do Orçamento público.
Ciente da insatisfação da PRF com o governo diante da demora na entrega da reestruturação prometida, Bolsonaro aproveitou para fazer mais um aceno político à categoria. “Culpa minha, vocês não tiveram ministro da Justiça e nem diretor-geral da PRF em 2019. Passou a reforma da Previdência, vocês levaram uma paulada e ficou por isso mesmo”, disse o chefe do Executivo.
Bolsonaro tem interesse em manter o apoio dos profissionais de segurança pública para enfrentar o ex-presidente Lula nas eleições de outubro. O presidente prometeu às categorias de segurança pública uma reestruturação das carreiras, mas outras categorias entraram em mobilização, como os servidores do BC, Receita, Tesouro, entre outros.
Com remuneração anual entre R$ 341,1 mil (analista do BC) e R$ 380,38 mil (auditores da Receita) e salário médio entre R$ 26,2 mil e R$ 29,3 mil, essa elite do funcionalismo puxou a fila da articulação política de mobilização depois que o presidente acenou com aumento só para categorias policiais.
"Alternativas"
Bolsonaro pediu ao funcionalismo público que apresente a ele “alternativas” para a concessão de reajuste salarial acima dos 5% pretendidos pelo governo. Ele ainda reconheceu que categorias como os servidores do Banco Central e da Receita Federal, que já fazem paralisações por aumento na remuneração, têm o potencial de parar o Brasil se organizarem greve geral.
“Me apresentem alternativas. Eu quero ajudar todos os servidores do Brasil. Sempre defendi reajuste, mas não dá para dar mais do que temos no momento”, declarou o presidente em entrevista à Rádio Metrópole, de Cuiabá (MT).
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