Menos de 24h após o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, reunir a imprensa para dizer que a empresa não é a vilã dos preços dos combustíveis, a estatal reajustou o valor do óleo diesel em suas refinarias em R$ 0,25 por litro. O valor passará de R$ 2,81 para R$ 3,06, uma alta de 8,9%. Essa é a primeira revisão em 85 dias.
A nova alta, no entanto, reflete apenas "parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio", informa a Petrobras na nota. Ou seja, ainda há espaço para novos reajustes.
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula uma defasagem de R$ 0,50 por litro em comparação ao mercado internacional, o dobro da revisão concedida pela Petrobras nesta terça-feira, 28.
No comunicado, a Petrobras reforça o argumento de que não é a única responsável pelo preço final dos combustíveis. "Considerando a mistura obrigatória de 12% de biodiesel e 88% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço do diesel na bomba passará a ser de R$ 2,70 por litro em média, uma variação de R$ 0,22", afirmou.
O óleo diesel foi o único produto que teve o preço reajustado pela empresa nesta terça-feira, embora o valor da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP) também sejam calculados a partir da variação da cotação do petróleo e do câmbio, como o diesel.
Nesta terça, o presidente da Câmara, Arthur Lira, anunciou reunião com líderes na quarta-feira, 29, para discutir alternativas sobre preço de combustíveis. "O Lira está sendo o porta-voz direto do presidente Jair Bolsonaro. Está tentando encontrar alguma forma de segurar os preços dos combustíveis, e isso estressa os mercados", disse uma fonte.
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