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Economia e Negócios

Produção industrial avança 12,9% no semestre, diz IBGE

De acordo com dados do IBGE, na comparação com o mês de junho de 2020, a indústria avançou 12%.

A produção industrial brasileira teve variação nula em junho, após crescer 1,4% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3. Apesar da estabilidade, três das quatro grandes categorias econômicas e 14 das 26 atividades investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) tiveram queda. Na comparação com junho de 2020, a indústria avançou 12%. No acumulado do primeiro semestre, a produção teve expansão de 12,9%.

“Em maio, houve uma volta ao campo positivo após três meses de queda e a indústria igualava o patamar de antes da pandemia, mas esse resultado não revertia as perdas anteriores. Com essa variação nula em junho, o setor permanece no patamar pré-crise, mas no resultado desse mês observa-se uma predominância de taxas negativas entre as atividades industriais”, diz o gerente da pesquisa, André Macedo.


O menor dinamismo do setor está ligado aos efeitos da pandemia de covid-19 no processo de produção e na economia. “Há, no setor industrial, uma série de adversidades por conta da necessidade das medidas de restrição, como a redução do ritmo produtivo, a dificuldade de obtenção de matérias-primas e o aumento dos custos de produção. Pelo lado da demanda, ou seja, observando a economia como um todo, há também uma taxa de desocupação alta, o que traz uma consequência para a massa de salários. São fatores que não são recentes, mas ajudam a explicar esse comportamento da produção industrial”, diz.

O principal impacto negativo no mês veio de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,8%), setor que voltou a cair após ter resultados positivos em abril (1,6%) e maio (0,3%). “Essa atividade foi muito atingida pelos efeitos da pandemia, na medida em que várias montadoras estão fazendo paralisações de seus parques produtivos. Isso explica não só o resultado negativo de junho, mas o movimento de perda mais importante que essa atividade vem mostrando nesse início de 2021”, afirma Macedo.

Outro impacto negativo veio de celulose, papel e produtos de papel, cuja produção caiu 5,3% em junho. É a terceira retração consecutiva do setor, que acumula no período perda de 8,4%.

A produção de produtos alimentícios caiu 1,3% em junho depois do avanço de 2,9% em maio. “Alguns itens importantes que têm uma característica de volatilidade muito grande, como é o caso do açúcar, tiveram uma queda maior em junho. Isso pode ter uma relação mais direta com o clima mais seco, que afeta mais a safra e o processamento da cana-de-açúcar”, explica o pesquisador.

O principal impacto positivo no índice de junho foi de produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com alta de 4,1%, depois já ter crescido 2,7% no mês anterior. “São duas expansões em seguida sobre o mês de abril, quando a atividade teve uma queda de 9,9%. É uma melhora de ritmo muito calcada nos derivados do petróleo, como óleo diesel, mas não repõe a perda recente que essa atividade teve”, diz Macedo.

“Essa melhora recente também pode estar diretamente associada a um grau maior de flexibilização das medidas de isolamento, com maior número de pessoas vacinadas. Então há uma tendência ao aumento de mobilidade e isso pode se traduzir em efeitos positivos dentro dessa atividade”, analisa.

No acumulado entre janeiro e junho, a produção industrial do país teve expansão de 12,9%, com alta em 21 das 26 atividades pesquisadas. A maior influência positiva veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 56,9% no período. Também cresceram nessa base de comparação máquinas e equipamentos (41,5%), metalurgia (26,3%) e produtos minerais não metálicos (31,3%).

“Esse avanço acontece diante de uma base de comparação muito depreciada. No acumulado de janeiro a junho de 2020, há a perda de 10,9%. A magnitude de crescimento de dois dígitos está associada ao fato de que o setor industrial, por conta da pandemia de covid-19, mostrou perdas importantes naquele período”, diz o pesquisador.

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