Puxado pelo aumento da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial do País, subiu 0,89% em agosto, após ter avançado 0,72% em julho, informou nesta quarta-feira, 25, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior alta para o mês de agosto desde 2002, quando o índice avançou 1,00%.
O resultado superou a maioria as estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 0,84% para agosto, mas ficou dentro do intervalo das projeções, de 0,65% a 0,92%.
Com a leitura de agosto, o IPCA-15 acumulou alta de 5,81% no ano e de 9,30% em 12 meses. Neste caso, as projeções iam de 9,04% a 9,33%, com mediana de 9,25%. A última vez que a inflação em 12 meses ultrapassou a barreira de 9% foi em maio de 2016 (9,62%).
Com aumento de 5%, a energia elétrica teve o maior impacto individual no índice, sendo responsável por 0,23 ponto porcentual no IPCA-15. Em meio à crise hídrica, está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2 desde julho, que foi reajustada em 52% e passou a ser de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos (frente a R$ 6,243 em junho).
Os reajustes nas contas de luz em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Belém também pesaram no resultado do indicador em agosto. O grupo habitação ficou com a maior alta no mês: 1,97%, equivalente a 0,31 ponto porcentual do índice geral. Além da energia elétrica, o grupo foi influenciado pelos aumentos nos preços do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%).
A segunda maior contribuição para o IPCA-15 deste mês veio dos transportes, com aumento de 1,11%, seguida por alimentação e bebidas (1,02%). A única queda foi em saúde e cuidados pessoais (-0,29%).
No grupo dos transportes, os preços dos combustíveis (2,02%) aceleraram em relação a julho (0,38%). A principal contribuição veio da gasolina, que subiu 2,05% no mês e 39,52% em 12 meses. Também tiveram alta os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%), enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%.
A deflação no grupo saúde e cuidados pessoais se deve principalmente à queda nos preços dos itens de higiene pessoal (-0,67%), produtos farmacêuticos (-0,48%) e plano de saúde (-0,11%).
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