A economia brasileira gerou 280.666 carteiras assinadas em maio, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira, 1.º, pelo Ministério da Economia.
O resultado decorreu de 1,548 milhão de admissões e 1,268 milhão de demissões. Em maio do ano passado, em meio à primeira onda da pandemia de covid-19 no País, houve fechamento de 373.888 vagas com carteira assinada.
O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês, e o resultado veio dentro do intervalo das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções eram de abertura líquida de 71 mil a 362 mil vagas em maio, com a maioria esperando a geração de 157.500 postos de trabalho.
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2021, ao saldo do Caged é positivo em 1,233 milhão vagas. No mesmo período do ano passado, houve destruição líquida de 1,144 milhão postos formais.
Desde janeiro do ano passado, o uso do Sistema do Caged foi substituído pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para as empresas, o que traz diferenças na comparação com resultados dos anos anteriores. Na metodologia anterior (de 1992 a 2019), o melhor resultado para maio na série sem ajustes havia sido em 2010, quando foram criadas 298.041 mil vagas no quinto mês do ano
O Caged trata apenas do mercado formal, com carteira. Porém, o mercado de trabalho brasileiro é formado, na sua maior parte, pelo trabalho informal - daí a diferença com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE), que, na quarta-feira, 30, divulgou que a taxa de desemprego se manteve no patamar recorde de 14,7%.
O número de geração de vagas formais também está sob o impacto do programa do governo que permitiu às empresas cortarem salários e jornadas e suspenderem os contratos. Como contrapartida, o governo dificultou as demissões pelo mesmo número de meses em que os trabalhadores foram atingidos com uma das duas possibilidades (a da redução na jornada e salário ou a da suspensão dos contratos).
De acordo com o ministério, 3,485 milhões de trabalhadores seguiam com garantia provisória de emprego em maio. Para cada mês de suspensão ou redução de jornada no ano passado, o trabalhador tem o mesmo período de proteção à sua vaga.
Setores e regiões
O setor de serviços foi novamente o que mais gerou vagas em maio, com a criação de 110.956 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 60.480 vagas.
A indústria geral abriu 44.146 vagas em maio, enquanto houve um saldo de 42.526 contratações na agropecuária. Na construção civil, foram criadas 22.611 vagas no mês.
No quinto mês do ano, todas as 27 unidades da federação tiveram resultado positivo. O melhor resultado foi registrado em São Paulo novamente, com a abertura de 104.707 postos de trabalho. O pior desempenho foi o de Roraima, com criação de 256 vagas.
O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada passou de R$ 1.873,33, em abril, para R$ 1.797,10 em maio.
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