Enquanto a Azul partiu para o ataque publicamente e tenta comprar a operação brasileira do grupo Latam, a Gol discretamente arrematou a MAP. Na noite desta terça-feira, 8, a Gol anunciou ter fechado um acordo de R$ 28 milhões para comprar a companhia aérea de transporte regional.
Com o negócio, a Gol poderá ampliar em 10% sua oferta no aeroporto de Congonhas (São Paulo), cujos horários de pouso e decolagem são os mais disputados do País. Hoje, a MAP tem 26 voos diários saindo do terminal.
“Congonhas é estratégico e disputado. Estamos há anos nesse aeroporto, mas agora temos a possibilidade de oferecer destinos que não operávamos a partir de Congonhas”, disse ao Estadão o presidente da Gol, Paulo Kakinoff.
A companhia não assumirá a frota da MAP, composta por sete aviões ATR com 70 assentos. Essas aeronaves deverão ficar com a Voepass (antiga Passaredo), que comprou a MAP em 2019. A Gol tem parceria para vender passagens de voos da Voepass e deverá atender as rotas hoje operadas pela MAP através da Voepass.
De acordo com o contrato fechado, a Gol pagará R$ 25 milhões em dinheiro pela MAP em 24 parcelas, além de 100 mil ações (cada uma a R$ 28). A empresa também assumirá até R$ 100 milhões em dívidas da MAP.
Em nota divulgada a funcionários nesta terça-feira, a Voepass afirmou que a venda foi uma “negociação estratégica”, pois permitirá “uma redução do endividamento”.
O acordo ocorre em meio à maior crise da história do setor aéreo. Desde o começo da pandemia da covid-19, as empresas viram o número de passageiros recuar 90%. Hoje, a oferta de voos no mercado doméstico equivale a 55% do que se tinha antes da pandemia.
Em nota, Kakinoff afirmou que, para a companhia, a aquisição da MAP é a "única oportunidade viável de consolidação racional no mercado de aviação brasileiro" neste momento, sinalizando que não acredita na possibilidade de a Azul comprar a Latam Brasil.
A conclusão do negócio ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Aviação Cicil (Anac) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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