Após a criação de 368.091 vagas em agosto (dado revisado), o mercado de trabalho formal brasileiro desacelerou no mês passado e registrou saldo positivo de 313.902 carteiras assinadas em setembro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira, 26, pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
O resultado decorreu de 1,780 milhão de admissões e 1,466 milhão de demissões. Em setembro de 2020, houve abertura de 319.151 vagas com carteira assinada.
O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês e o resultado veio dentro do intervalo das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que iam de 238 mil a 400 mil novas vagas em setembro.
No acumulado de 2021, o saldo do Caged já é positivo em 2,513 milhões de vagas. No mesmo período do ano passado, houve destruição líquida de 558.597 postos formais.
De acordo com o ministério, 2,077 milhões de trabalhadores seguiam com garantia provisória de emprego em setembro graças às adesões ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm). Para cada mês de suspensão ou redução de jornada pelo programa, o trabalhador tem o mesmo período de proteção à sua vaga. O programa foi relançado em abril pelo governo por mais quatro meses neste ano.
Desde janeiro do ano passado, o uso do Sistema do Caged foi substituído pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para as empresas, o que traz diferenças na comparação com resultados dos anos anteriores. Na metodologia anterior (de 1992 a 2019), o melhor resultado para setembro na série sem ajustes havia sido em 2008, quando foram criadas 282.841 vagas no nono mês do ano.
Avanço em serviços
O resultado de setembro do Caged foi novamente puxado pelo desempenho do setor de serviços, com a criação de 143.418 postos formais, seguido pela indústria geral, que abriu 76.169 vagas.
O comércio gerou 60.809 vagas em setembro, enquanto houve saldo de 24.513 contratações na construção civil. Na agropecuária, foram criadas outras 9.084 vagas no mês.
No nono mês do ano, todas as 27 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho foi registrado em São Paulo, com a abertura de 84.887 postos de trabalho. O menor saldo foi o do Amapá, com a criação de 281 vagas.
O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada passou de R$ 1.813,57, em agosto, para R$ 1.795,46 em setembro.
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