O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro de R$ 8,73 bilhões no terceiro trimestre, informou nesta quinta-feira, 12, a instituição de fomento, em nota distribuída à imprensa. Nos nove primeiros meses do ano, o banco registrou lucro líquido de R$ 13,7 bilhões.
“O desempenho, apresentado foi fortemente influenciado pelo resultado obtido com participações societárias, entre elas: a venda de ações de Vale, que contribuiu com um lucro líquido de R$ 4 bilhões; a equivalência patrimonial de empresas coligadas, com R$ 1,2 bilhão; e a receita com dividendos e JCP, de R$ 938 milhões”, diz a nota.
No acumulado de janeiro a setembro, o BNDES destacou que o desempenho foi impactado pela oferta pública de ações da Petrobrás, em fevereiro (R$ 4,1 bilhões), e atenuado pela constituição de provisão para risco de crédito de R$ 1,8 bilhão (R$ 1 bilhão líquido de tributos).
O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 764,4 bilhões em 30 de setembro de 2020, uma alta de 5,0% (R$ 36,2 bilhões) nos primeiros nove meses do ano. O banco de fomento informa que o incremento resultou, principalmente, do ingresso de R$ 22 bilhões em recursos do Tesouro Nacional (sendo R$ 4,8 bilhões já aplicados), no âmbito do Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE) e do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), além da apropriação de variação cambial e juros da carteira de crédito e repasses, de R$ 39 bilhões.
Esses fatores, diz o BNDES, foram atenuados pela transferência da totalidade do saldo de R$ 20,7 bilhões do Fundo PIS/Pasep para o FGTS no segundo trimestre, o que viabilizou saques emergenciais dos trabalhadores, e pela desvalorização da carteira de empresas não coligadas em R$ 11,5 bilhões.
O BNDES destacou ainda que houve reversão bruta de R$ 469 milhões em provisões no terceiro trimestre, decorrente da evolução positiva de créditos provisionados.
Desinvestimento
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que a instituição de fomento manterá sua estratégia de continuar se desfazendo de sua carteira de participações societárias, após as vendas recentes de fatias bilionárias da mineradora Vale e da fabricante de celulose Suzano, mas seguirá vendendo sem “canibalizar” o mercado.
“Vamos continuar executando estratégia de desinvestimentos de forma a não canibalizar, não machucar o mercado, de forma cuidadosa, sempre com o mercado comprando as posições, mais do que o BNDES vendendo”, afirmou Montezano. “Não podemos dar estimativas ou previsões porque o mercado continua volátil. Mudanças súbitas podem acontecer”, completou o executivo.
A carteira de participações societárias do BNDES encerrou o terceiro trimestre avaliada em R$ 71,2 bilhões. O valor da carteira encolheu 37,8% nos nove primeiros meses deste ano, quando foram feitas vendas bilionárias de participações na Petrobrás, na Vale e na Suzano.
A oferta de ações da Suzano foi feita em outubro e, portanto, terá efeitos no balanço financeiro do quarto trimestre. No fechamento da última segunda-feira, 9, a carteira de participações societárias estava avaliada em R$ 70,3 bilhões, já considerando a venda de Suzano, que marcou a saída do BNDES da companhia, e a variação das cotações desde o início deste quarto trimestre, informou a diretora financeira do banco, Bianca Nasser.
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