O dólar chegou a bater em R$ 3,80 hoje, mas em uma sessão volátil, reagiu na parte da tarde ao segundo leilão extraordinário de swap cambial do dia e perdeu fôlego, fechando em R$ 3,7663 (-0,20%). Só hoje o Banco Central vendeu US$ 2 bilhões e na semana US$ 4 bilhões nestes contratos, que equivalem à venda da moeda norte-americana no mercado futuro. O BC, porém, ainda está aquém do prometido para esta semana nestas operações, US$ 10 bilhões, o que levou especialistas em câmbio a questionar como serão os próximos passos da autoridade monetária, mantendo as cotações pressionadas mais cedo.
Hoje o mercado só se acalmou depois do segundo leilão de swap, às 15h30. Apesar das oscilações, a semana promete ser de relativa tranquilidade no mercado de câmbio quando comparada a outras de junho e maio. O dólar se manteve na casa dos R$ 3,70/R$ 3,80. Na terça-feira, o BC não precisou ofertar swaps, o que não acontecia desde o dia 11 de maio, quando se consideram as ofertas programadas de US$ 750 milhões por dia. "O BC está atuando de forma mais leve, mas fica difícil saber se vai diminuir as ofertas nas próximas semanas", afirma o operador de câmbio da Fair Corretora, Hideaki Iha.
Nesta quinta-feira, o dólar caiu ante moedas de países desenvolvidos e emergentes e as bolsas em Nova York tiveram perdas. No pano de fundo, permanecem as preocupações de que uma guerra comercial vá afetar o crescimento da economia mundial, como já alertou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Hoje, a Índia anunciou medidas para retaliar o maior protecionismo dos EUA, enquanto o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse que se houver uma guerra comercial, a Casa Branca tem muita munição.
Na semana que vem, além da ata da reunião do Copom, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga o pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evento que deve ser monitorado de perto pelas mesas de operação para ver como se desenha o quadro eleitoral. Ontem, o deputado Wadih Damous (PT-SP) disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que se o STF atender o pedido, "Lula sai da cadeia eleito".
O volume de negócios hoje seguiu no patamar dos últimos dias, que já vem menor que outras semanas. No mercado futuro, o movimento somava US$ 17,8 bilhões às 17h21. No mesmo horário, o dólar para julho recuava 0,12%, para R$ 3,7695. Já o giro do mercado à vista somou US$ 920 milhões.
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