Crenças sobre o transtorno bipolar causam baixa adesão dos pacientes ao tratamento.
Há quem creia que a doença é só um problema emocional, e que remédios fazem mais mal do que bem. São mitos endossados por quase metade dos doentes e familiares, diz pesquisa do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da USP.
Foram avaliados frequentadores de encontros no instituto: 40% têm crenças errôneas sobre a natureza da doença, o papel da família e os efeitos da medicação.
A doença se caracteriza por crises de euforia e depressão. Em geral, surge na adolescência ou início da vida adulta e tem forte componente genético.
"Foi uma surpresa encontrar essas crenças em pessoas que frequentam encontros psicoeducacionais", diz Ricardo Moreno, diretor do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas do IPq.
ALIANÇA TERAPÊUTICA
Moreno afirma que o controle do transtorno depende de aliança terapêutica com o paciente e parentes. "Qualquer interferência, seja da crença do paciente ou da família, pode levar à interrupção do tratamento."
"É bem comum que o paciente abandone o tratamento por não acreditar na doença", reforça a psiquiatra Thaís Zélia dos Santos, da Santa Casa de São Paulo.
O tratamento inclui remédios para estabilizar o humor. "O medicamento é essencial e para a vida toda. Os pacientes me perguntam se vão virar escravos. Eu digo: quem tem depressão ou mania não tem liberdade, tem um sofrimento que não controla e um comportamento que traz consequências."
Sem tratamento, bipolares podem levar vida normal por períodos, já que a doença é cíclica. Só que vão acumulando danos nas relações.
A doença não tem cura. "Precisamos combater a ignorância, o preconceito e o estigma. Preconceito e estigma começam no próprio indivíduo e na família. Eles precisam mudar a atitude, e não esperar que o mundo se transforme", diz Moreno.
Há quem creia que a doença é só um problema emocional, e que remédios fazem mais mal do que bem. São mitos endossados por quase metade dos doentes e familiares, diz pesquisa do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da USP.
Foram avaliados frequentadores de encontros no instituto: 40% têm crenças errôneas sobre a natureza da doença, o papel da família e os efeitos da medicação.
A doença se caracteriza por crises de euforia e depressão. Em geral, surge na adolescência ou início da vida adulta e tem forte componente genético.
"Foi uma surpresa encontrar essas crenças em pessoas que frequentam encontros psicoeducacionais", diz Ricardo Moreno, diretor do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas do IPq.
ALIANÇA TERAPÊUTICA
Moreno afirma que o controle do transtorno depende de aliança terapêutica com o paciente e parentes. "Qualquer interferência, seja da crença do paciente ou da família, pode levar à interrupção do tratamento."
"É bem comum que o paciente abandone o tratamento por não acreditar na doença", reforça a psiquiatra Thaís Zélia dos Santos, da Santa Casa de São Paulo.
O tratamento inclui remédios para estabilizar o humor. "O medicamento é essencial e para a vida toda. Os pacientes me perguntam se vão virar escravos. Eu digo: quem tem depressão ou mania não tem liberdade, tem um sofrimento que não controla e um comportamento que traz consequências."
Sem tratamento, bipolares podem levar vida normal por períodos, já que a doença é cíclica. Só que vão acumulando danos nas relações.
A doença não tem cura. "Precisamos combater a ignorância, o preconceito e o estigma. Preconceito e estigma começam no próprio indivíduo e na família. Eles precisam mudar a atitude, e não esperar que o mundo se transforme", diz Moreno.
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