Neste domingo (09), a Polícia Militar de Goiás interditou um matadouro ilegal que fornecia carne de cavalo na área rural de Anápolis. A ação aconteceu após a PMGO receber uma denúncia de vizinhos que suspeitaram da presença frequente de urubus na região.
Os policiais do Batalhão Rural, em conjunto com a Polícia Civil e agentes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, encontraram no matadouro ilegal cerca de 40 cavalos. Eles estavam espalhados pela área, sem acesso a comida ou água. Testemunhas relataram que a carne dos animais era vendida para a produção de hambúrgueres em estabelecimentos de Anápolis.
No local, os policiais encontraram uma mesa com luvas, botas e baldes, além de uma pilha de vísceras, peles e restos de animais que haviam sido queimados. A fiscalização identificou um homem de 63 anos como o suposto transportador da carne e, após algumas investigações, as autoridades localizaram o proprietário do espaço. Durante seu depoimento, ele afirmou que havia alugado o local, mas não tinha conhecimento das atividades realizadas no ambiente. Os responsáveis pelo estabelecimento foram detidos.

Os animais foram levados para uma chácara pertencente à Prefeitura de Anápolis. Eles apresentavam ferimentos nas patas e nos olhos, necessitando passar por exames veterinários. Os resultados serão enviados à Polícia Civil de Goiás, que continua a investigar o caso.
Decreto permite venda de carne de cavalo
Os equinos são classificados como espécies de açougue, assim como outras espécies destinadas ao consumo humano, como bovinos e suínos, desde que o processo seja realizado em conformidade com as normas sanitárias, conforme o Decreto 9.013/2017. A lei assegura que a espécie pode ser abatida em estabelecimentos inscritos no Serviço de Inspeção Federal (SIF), um sistema que garante a sanidade e a qualidade do produto. Apenas cinco estabelecimentos no Brasil possuem a autorização.
A maior parte da carne de equídeos é destinada à exportação, sendo os principais destinos mercados como Hong Kong, China e Rússia. Outros países, como França, Bélgica, Itália e Japão, consomem carne equina regularmente, muitas vezes em formas como embutidos, sashimi (basashi) ou misturada a outras carnes. No Brasil, apesar da legalidade, o consumo de carne de cavalo não é comum.
O Projeto de Lei 2387/2022, do deputado federal Ney Leprevost (União), tem como objetivo proibir o abate de animais equídeos e equinos para o comércio de carne, tanto para consumo quanto para exportação. Contudo, o texto encontra-se parado na Comissão de Constituição e Justiça desde junho de 2024.
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