A nova CEO da ONG Transparência Internacional, Maíra Martini, criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) por anular provas da Operação Lava Jato. A ação deflagrada em 2014 sofreu um desmonte que levou à anulação de evidências da delação premiada da Odebrecht, principalmente pelo ministro Dias Toffoli.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Martini afirmou que a medida pode comprometer investigações de corrupção em países que fizeram acordo com o Brasil. “Obviamente, os corruptos dos outros países já estão fazendo uso dessa decisão”, declarou.
A CEO também defendeu um modelo de combate à corrupção baseado em prevenção e detecção, questionando a abordagem punitivista. Segundo Martini, é necessário um conjunto de circunstâncias para levar ao enfrentamento.
“Você precisa de instituições fortes, de um arcabouço legal que não deixe brechas de entendimento. Precisa de um Judiciário competente e independente. E precisa de uma sociedade civil ativa, da imprensa ativa e com espaço para falar. Quando você não tem um desses elementos, não se fala em combate à corrupção”, pontuou.
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