O economista e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro, criticou a atual gestão do órgão, liderada por Márcio Pochmann, afirmando que o presidente não tem conseguido administrar as disputas internas no instituto. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Rabello alertou para o impacto negativo dessas disputas na credibilidade do IBGE, destacando que a perda de confiança no instituto pode trazer consequências sérias a médio e longo prazo. "O IBGE é o fotógrafo da sociedade brasileira. Se as pessoas não respeitam o fotógrafo, ficam se mexendo e não seguem as orientações, é como se ele já não tivesse condições de tirar uma fotografia adequada", afirmou o economista.
Sobre possíveis soluções, Rabello descartou a privatização do órgão, considerando-a ineficaz. Ele argumentou que resolver os problemas internos seria a abordagem mais apropriada, já que acredita que poucas empresas estariam dispostas a pagar pelas estatísticas produzidas pelo IBGE. "O IBGE vive, literalmente, de pires na mão no Ministério do Planejamento e não tem o status adequado à importância da sua atividade", declarou.
A crise interna
O instituto enfrenta críticas relacionadas à criação do IBGE+, uma fundação de direito privado destinada à captação de recursos. A Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP) manifestou-se contra a iniciativa, solicitando que parlamentares adotem medidas legislativas para impedir o que chamou de "IBGE Paralelo".
Em resposta, o IBGE negou as acusações e esclareceu que a criação da fundação foi amplamente debatida e aprovada por unanimidade pelo Conselho Diretor.
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