Precisando de menos de dois meses desde o anúncio de sua candidatura para a Prefeitura de São Paulo para se firmar entre os quatro primeiros colocados nas pesquisas, o influenciador Pablo Marçal (PRTB-SP) é o principal nome de uma nova tendência no Brasil: a popularidade nas redes como porta de entrada para a política. Com quase 12 milhões de seguidores no Instagram, o coach é apenas um exemplo de figuras famosas que anunciaram candidaturas nas eleições municipais de 2024.
Entre os motivos de sua ascensão, está a popularidade nas redes sociais, nicho que domina melhor que os concorrentes. De acordo com uma pesquisa do Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo, as postagens de Pablo Marçal rendem quatro vezes mais engajamento do que a de seus oponentes.
Outro exemplo em São Paulo é o youtuber e economista Paulo Kogos, que se tornou pré-candidato a vereador pelo União Brasil. Nomes como o dele e de Marçal buscam aproveitar uma onda semelhante à que conduziu outras personalidades da internet a cargos políticos, como o deputado federal Nikolas Ferreira.
No entanto, casos como o de Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”, demonstram como os influenciadores podem se tornar vítimas da própria ferramenta que os alçou à fama. Ele se tornou deputado federal em 2019, mas renunciou em 2022 após um processo aberto contra ele pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo.
O inquérito foi aberto após vazar um áudio de Do Val, em que dizia que mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”. Outro desafio desses influenciadores é convencer os eleitores de que eles não se comportarão mais como figuras da internet do que como servidores públicos, como foi o caso da ex-deputada federal Joice Hasselmann, que perdeu seguidores rapidamente após o rompimento com Jair Bolsonaro e uma mudança radical em seu discurso, motivada por conflitos políticos.
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