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Edir Macedo x Malafaia: o que está em jogo na eleição pela Prefeitura do Rio

Ambos estão posicionados em lados opostos da política e articulam apoios estratégicos para candidatos.

A disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro envolve diretamente dois dos mais influentes líderes religiosos do país: Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Ambos estão posicionados em lados opostos da política e articulam apoios estratégicos para candidatos distintos. Malafaia apoia o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), enquanto Macedo, de forma velada, mostra preferência pelo atual prefeito Eduardo Paes (PSD).

Essa rivalidade impactou a escolha do vice na chapa de Ramagem. Inicialmente, cogitou-se a deputada estadual Tia Ju (Republicanos) para o cargo, mas Edir Macedo vetou o nome, em um movimento visto como parte de seu embate com Malafaia. Com o veto, o PL decidiu por uma chapa “puro-sangue” e anunciou a deputada Índia Armelau como vice. Nos bastidores, a decisão de Macedo foi interpretada como uma tentativa de enfraquecer a candidatura de Ramagem, apoiado por Malafaia.


Por outro lado, a relação entre Macedo e Paes é estratégica, apesar de discreta. O apoio implícito de Macedo a Paes pode render negociações por cargos dentro da prefeitura, caso Paes seja reeleito. A proximidade entre os dois ficou evidente quando Paes participou de um evento no Templo de Salomão, sede da Igreja Universal, em comemoração aos 10 anos do edifício. Contudo, essa aliança causa desconforto entre os eleitores evangélicos, já que Paes tem o apoio de Lula, cujas pautas são frequentemente rejeitadas por esse grupo.

Além da disputa pela prefeitura, a rivalidade entre Malafaia e Macedo também reflete na sucessão da presidência da Câmara dos Deputados, prevista para fevereiro de 2025. O deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) buscava apoio do PL, partido de Malafaia, para suceder Arthur Lira (PP-PL). No entanto, o apoio foi comprometido após Malafaia desaprovar Pereira, principalmente devido ao seu apoio à regulação das redes sociais.

A cúpula do PL, influenciada por Malafaia, decidiu não apoiar a candidatura de Pereira à presidência da Câmara, o que mostra como a disputa entre esses líderes religiosos ultrapassa o âmbito municipal e influencia também o cenário político nacional.

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