A Câmara Municipal de Campinas recebeu, nessa segunda-feira (22), pedido de cassação do prefeito Dário Saadi (Republicanos) por usar dinheiro público na Festa Bicuda, em que houve registro de nudez, simulação de sexo e suposto incentivo ao uso de droga ilícita. A ação será analisada pelo presidente da Casa, o vereador Luiz Carlo Rossini. A vereadora Paolla Miguel (PT) destinou cerca de R$ 15 mil para custear parte do evento.
O pedido foi protocolado pelo engenheiro civil Marcélio Andrade Leão, morador do bairro Jardim Aurélia e líder do movimento Livres em Campinas. O evento ocorreu no dia 14 de abril, em uma praça pública do Distrito de Barão Geraldo.
Durante o evento, houve simulação de sexo e músicas que pregavam o uso de drogas ilícitas, como lança perfume, que pode gerar parada cardíaca. Além disso, imagens de pessoas nuas se apresentando no palco da festa circularam na internet.
Em entrevista à Revista Oeste, Leão disse que entrou com um pedido de abertura de uma Comissão Processante contra o prefeito por considerar que a responsabilidade de fiscalização é da prefeitura, mesmo que a emenda tenha sido destinada por uma vereadora.
“Indignação é o que me motivou a entrar com o pedido da CP. Paolla Miguel, vereadora do PT, indicou a destinação orçamentária para o evento, mas quem executou o Orçamento foi o Poder Executivo, a Secretaria de Cultura e o prefeito municipal de Campinas”, pontuou o denunciante.
O engenheiro acusa Dário Saadi de “negligenciar a destinação de verbas públicas, especialmente na realização de eventos culturais, desde quando estourou, de conhecimento público, o primeiro estopim sobre a farra das emendas impositivas”.
Investigação contra a vereadora
Na quinta-feira (18), a Câmara Municipal de Campinas aprovou com 24 votos a favor e seis contra a instauração de uma Comissão Processante contra a vereadora Paolla Miguel. A presidente será a vereadora Guida Calixto (PT) e o relator Gustavo Petta (PcdoB).
Paolla, que estava presente na Festa Bicuda, disse durante discurso na tribuna que destinou a verba por meio de emendas impositivas. Nas redes sociais, afirmou que o dinheiro foi para a parte da estrutura física da festa, para atender a “população que desejou comparecer ao evento, incluindo banheiros químicos, apoio logístico e montagem de palco”.
A vereadora negou ter conhecimento prévio sobre o show com teor sexual e alusão a drogas. “Nenhum ente público, nem nosso mandato, nem a Secretaria de Cultura tiveram conhecimento prévio do conteúdo das apresentações”, afirmou.
Em nota, os organizadores da Festa Bicuda admitiram que não pediram aos artistas informações sobre os shows e informaram que solicitaram que interrompessem o ato quando foi percebido a “conduta considerada inadequada pelo local”.
“Por se tratar de uma apresentação em espaço com acesso aberto ao público, deveríamos ter nos atentado para a possibilidade de conteúdos inadequados para a faixa etária de crianças e adolescentes”, explicaram.
Ver todos os comentários | 0 |