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Barroso se indispõe com Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, diz jornal

Julgamentos realizados nos últimos meses no STF acarretaram uma indisposição entre os ministros.

Julgamentos realizados nos últimos meses no Supremo Tribunal Federal (STF) acarretaram uma indisposição entre alguns ministros. Conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta terça-feira (16), Luís Roberto Barroso se indispôs com dois magistrados, os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

Isso porque Barroso, atual presidente da Suprema Corte, derrubou algumas das teses elaboradas por Moraes em relação a pautas como: revisão da vida toda do cálculo de aposentadorias e as sobras eleitorais. Gilmar Mendes, por sua vez, estaria insatisfeito com o pedido de vista sobre a análise de ampliação do foro especial do STF.

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STFLuís Roberto Barroso
Luís Roberto Barroso

Sobre o primeiro assunto, o cálculo das aposentadorias, uma discussão entre Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes resultou em um bate-boca. Isso ocorreu porque, no caso da revisão da vida toda do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o presidente da Suprema Corte supostamente articulou nos bastidores a mudança de voto do ministro Luiz Fux, que foi decisivo para o julgamento, encerrando com um placar de 6 a 5.

Esse caso já havia sido julgado em 2022 e resultou na tese vitoriosa de Alexandre de Moraes, que pautou recurso à decisão com a mudança de composição do tribunal. Com o resultado, as contas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram aliviadas, visto que anteriormente sofreriam um impacto fiscal de R$ 480 bilhões.

Outras articulações

A movimentação de Luís Roberto Barroso e articulações na Suprema Corte não agradam Alexandre de Moraes especialmente por lhe resultarem em duas derrotas no STF. No dia 29 de março, por exemplo, o presidente do STF pediu vista sobre a pauta de ampliação do foro especial, mesmo quando já havia quatro votos para mudar a regra atual.

Embora com o pedido de vista os ministros esperam a análise do caso para anunciar seu posicionamento, Moraes fez diferente, e tratou logo de alinhar seu voto ao de Gilmar Mendes.

Mais um desentendimento

Em relação a Gilmar Mendes e Barroso, a indisposição aconteceu depois que o presidente pediu vista em uma ação do decano da Corte, quando já se desenhava uma maioria para aprovar a tese do ministro.

Mesmo com o pedido de vista, Barroso não tardou para entregar a matéria e se manifestar em consonância com o posicionamento de Gilmar Mendes. A tese do ministro aponta que o foro privilegiado para “crimes praticados no cargo e em razão das funções subsiste mesmo após o afastamento do cargo, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados depois de cessado seu exercício”.

Esse posicionamento contrapõe a tese aprovada em 2018 pelo STF, que determina que só poderiam tramitar na Corte os casos em que autoridades com foro privilegiado tenham cometido crimes durante o mandato e relacionados ao exercício da função.

Em nota, a assessoria de Luís Roberto Barroso negou qualquer desconforto na relação entre os ministros, ao mesmo tempo que afirmou que “em um colegiado, divergências são naturais e saudáveis” e que “a relação do presidente com todos os ministros tem harmonia e afeto”.

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