O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou o desfile da escola de samba Vai-Vai, que utilizou símbolos diabólicos em fantasias de policiais em seu desfile, ocorrido no último sábado (10). Em entrevista à imprensa nessa quinta-feira (15), ele disse que, caso fosse jurado, daria nota zero para a agremiação no quesito fantasia.
“Se eu fosse jurado, daria nota zero no quesito fantasia. Achei de péssimo gosto, porque a polícia é uma instituição bicentenária, que a gente tem que ter respeito”, defendeu o governador. “Quando a gente está na necessidade, a quem a gente recorre? A polícia. E não é só na segurança pública, são nas ações de defesa civil, quando uma pessoa se engasga, nas ocorrências de trânsito, nas ocorrências de afogamento. Quantas vidas esses caras salvam?”, declarou o governador.
No desfile do sábado de Carnaval, uma ala da Vai-Vai retratou a Tropa de Choque da Polícia Militar com características que remetem ao diabo, como asas e chifres vermelhos. Na opinião de Tarcísio, a atitude da escola de samba foi agressiva no modo de retratar os policiais.
“São excelentes profissionais, não devem nada para ninguém, enfrentam o combate nas ruas todos os dias. Esse tipo de deboche não fica legal, é ruim, é agressivo, é de péssimo gosto, e é nota zero para eles”, completou o mandatário.
Sindicato também criticou
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) também repudiou o desfile da Vai-Vai, por meio de nota. “A escola de samba, em nome do que chama de ‘arte’ e de liberdade de expressão, afronta as forças de segurança pública, desrespeita e trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados que se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime, muitas vezes, sob condições precárias e adversas, ao custo de suas próprias vidas e família”, diz o texto.
O que diz a escola de samba
A Vai-Vai afirmou, em comunicado, que a ala prestou uma homenagem ao álbum Sobrevivendo no Inferno, do grupo de rap Racionais MCs, e que não houve intenção de promover qualquer tipo de ataque ou provocação. “O desfile tratou-se [sic] de um manifesto, uma crítica ao que se entende por cultura na cidade de São Paulo, que exclui manifestações culturais como o hip hop”, esclareceu a agremiação.
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