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Com aval do Governo Lula, China compra maior reserva de urânio do Brasil

A venda, realizada na terça (26), inclui a maior reserva de urânio do Brasil, localizada no Amazonas.

A mineradora Mineração Taboca foi vendida para a empresa China Nonferrous Trade Co. Ltda (CNT), subsidiária da China Nonferrous Metal Mining Group Co., por US$ 340 milhões, o que equivale a R$ 2 bilhões, na terça-feira (26), com o aval do Governo Lula. A empresa administra a mina Pitinga, localizada no município de Presidente Figueiredo (AM), onde são encontrados estanho, cassiterita, columbita, nióbio, urânio e tântalo.

Explorando a região desde 1969, a Mineração Taboca transferiu 100% de suas ações à CNT. Em comunicado, a empresa destacou que a negociação representa “uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca”.


Foto: Reprodução/TabocaA mineradora Mineração Taboca foi vendida para chinesa A CNT
A mineradora Mineração Taboca foi vendida para chinesa A CNT

O nióbio é utilizado em ligas super-resistentes e aplicações aeroespaciais, enquanto as terras raras são usadas na produção de eletrônicos e tecnologias de energia renovável.

A mina responde por cerca de 50% da produção de estanho no Brasil. O crescimento da inteligência artificial aumentou a demanda por esse metal, amplamente utilizado em dispositivos eletrônicos. No ano passado, a empresa produziu 5,3 mil toneladas de estanho refinado, gerando uma receita de R$ 1,4 bilhão (US$ 256 milhões).

CNMC

A China Nonferrous Metal Mining Group (CNMC) foi fundada em 1983 e é uma empresa estatal sob a gestão da Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado. Originalmente voltada para projetos de engenharia, a empresa iniciou suas atividades na extração de metais em 2005.

A CNMC é a controladora de quatro companhias listadas na China e em Hong Kong. A empresa opera minas em países como Zâmbia, Tailândia e Mongólia, além de gerenciar um projeto no Laos. Seus investimentos abrangem metais como cobre, alumínio, zinco, níquel, tântalo, nióbio e berílio.

Críticas

A decisão gerou críticas no Brasil. Na quarta-feira (27), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) questionou, em discurso no Plenário, os bloqueios impostos à exploração de recursos naturais na Amazônia, enquanto empresas estrangeiras, como a CNT, têm acesso facilitado a essas reservas. Ele citou a venda da reserva de Pitinga como exemplo das contradições na gestão dos recursos nacionais.

O parlamentar também criticou a paralisação de projetos de exploração de potássio e gás natural na região, atribuída a decisões do Ministério Público Federal (MPF), sob influência de organizações não governamentais (ONGs). Valério argumentou que a liberação da exploração do minério em Autazes (AM) reduziria a dependência do Brasil de importações de países como Ucrânia e Canadá. Ele afirmou que as restrições atuais favorecem interesses estrangeiros e prejudicam o desenvolvimento nacional.

Confira abaixo a nota da Mineração Taboca na íntegra:

Informamos que no dia 26 de novembro de 2024 a Minsur S.A. assinou um acordo de venda para transferência de 100% de suas ações da Mineração Taboca S.A. à empresa China Nonferrous Trade Co. Ltd., subsidiária da China Nonferrous Metal Mining Group Co., grupo empresarial reconhecido mundialmente por sua experiência, sólida atuação e excelência em diversos setores da indústria mineira e metalúrgica de minerais especiais.

A execução deste acordo de venda está sujeita a determinados requisitos e condições habituais neste tipo de transação.

Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca, pois permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva e ampliar sua visão e capacidade produtiva.

Em meio a essas mudanças, a Mineração Taboca reafirma que seu propósito e valores permanecem os mesmos, bem como seu compromisso com a transparência, a ética e a excelência no atendimento aos seus públicos de interesse.

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