O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu tornar pública a decisão que determinou a operação da Polícia Federal que resultou nas priões de quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal, acusados de tramar um suposto golpe de Estado, que seria executado em 2022 para matar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Na época, Lula e Alckmin tinham saído vitoriosos no processo eleitoral e Moraes presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na decisão, a Polícia Federal afirma que os acusados passaram amonitorar o deslocamento das autoridades em novembro de 2022, após a eleição e antes da posse de Lula. A ação de monitoramento iniciou-se, após uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto, que foi candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL).
"As atividades anteriores ao evento do dia 15 de dezembro de 2022 indicam que esse monitoramento teve início, temporalmente, logo após a reunião realizada na residência de Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022", diz a PF no documento.
Conforme a Polícia Federal, dentre os planos do grupo estava a de envenenar o ministro Alexandre de Moraes. "Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público. Há uma citação aos riscos da ação, dizendo que os danos colaterais seriam muito altos, que a chance de ‘captura’ seria alta e que a chance de baixa (termo relacionado a morte no contexto militar) seria alto", diz trecho do documento.
Grupo admitia possibilidade de morrer
"Claramente, para os investigados, a morte não só do ministro, mas também de toda a equipe de segurança e até mesmo dos militares envolvidos na ação era admissível para cumprimento da missão de 'neutralizar' o denominado 'centro de gravidade', que seria um fator de obstáculo à consumação do golpe de Estado", diz a PF em trecho citado por Moraes.
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