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Laboratório no RJ emitiu dezenas de exames falsos de HIV, diz promotora

Promotora apontou que o laboratório está envolvido em várias ações judiciais de indenização.

O PCS Lab Saleme, laboratório acusado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro de causar a infecção por HIV em seis pacientes após transplantes de órgãos contaminados, já foi responsável por emitir dezenas de resultados errados, tanto falsos positivos quanto falsos negativos, incluindo exames de crianças. A informação foi destacada pela promotora de justiça Elisa Ramos Pittaro Neves, em representação enviada pelo Ministério Público (MP) à Justiça.

A promotora apontou que o laboratório está envolvido em várias ações judiciais de indenização por danos morais e materiais, ressaltando a "indiferença" dos responsáveis pela segurança e integridade física dos pacientes. Nesta quinta-feira (17), o MP solicitou a prorrogação da prisão temporária dos quatro investigados, justificando a necessidade de mais tempo para aprofundar as investigações, devido à gravidade dos crimes e ao número de vítimas.


Entre os investigados estão Walter Vieira, sócio do laboratório e ginecologista, Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico responsável pela análise clínica, Jacqueline Iris Bacellar de Assis, auxiliar administrativa, e Cleber de Oliveira dos Santos, biólogo. Todos eles enfrentam acusações de crimes contra as relações de consumo, falsidade ideológica e associação criminosa, entre outros.

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido do MP e prorrogou a prisão dos envolvidos. Walter Vieira, apontado como o responsável técnico e signatário de um dos laudos errados, é tio do deputado federal Doutor Luizinho, ex-secretário de Saúde do estado. As investigações indicam que o laboratório afrouxou deliberadamente o controle de qualidade dos reagentes usados nos exames de HIV, visando ao lucro, segundo a Polícia Civil.

O incidente que resultou na infecção de seis transplantados com HIV é inédito no estado. O PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, foi contratado em dezembro de 2023 pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) para realizar a sorologia dos órgãos doados.

De acordo com as investigações, a ordem de reduzir a frequência dos testes de qualidade nos reagentes foi uma das falhas que permitiram o uso de materiais ineficazes nas análises. Os advogados do laboratório afirmaram que os sócios prestarão todos os esclarecimentos à Justiça.

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