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Cuba não tem como pagar dívida ao Brasil e pede flexibilidade a Lula

O presidente Lula desembarca em Cuba nesta sexta-feira (15), ocasião em que poderá negociar a dívida.

O regime de Cuba disse às autoridades brasileiras que não tem como pagar a dívida de US$ 538 milhões (R$ 2,6 bilhões) com o Brasil e que espera “algum tipo de flexibilidade” do Governo Lula. As informações são da Folha de S.Paulo. A maioria dos recursos foi emprestada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para financiamento do projeto do Porto de Mariel, que fica a cerca de 40 quilômetros ao leste de Havana.

De acordo com um documento obtido pela reportagem da Folha, o governo brasileiro cita possíveis medidas que poderão ser adotadas na renegociação. Em primeiro lugar, poderá ser considerado um desconto no total em atraso, depois poderá ser avaliado o uso de moedas alternativas ao dólar ou o pagamento poderá ser feito em commodities cubanas.


Na última segunda-feira (11), houve uma reunião virtual com integrantes de órgãos do Executivo e de bancos públicos. O encontro serviu como uma espécie de preparação para diálogo que deve ocorrer entre as autoridades dos dois países.

"Autoridades do país externaram não possuir neste momento meios para o pagamento das suas obrigações. As autoridades teriam sinalizado esperar algum tipo de flexibilidade por parte do governo brasileiro —por exemplo, um haircut comparável ao recebido no tratamento da dívida do Clube de Paris em 2015 e, diante da escassez de dólares, uso de moedas alternativas ou recebíveis de commodities cubanas— para permitir a retomada dos pagamentos", diz o registro da reunião preparatória.

O “haircut” mencionado no documento refere-se a um desconto de US$ 2,6 bilhões em uma dívida de Cuba com o Clube de Paris em 2015, que soma US$ 11,1 bilhões, com juros inclusos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcará em Cuba nesta sexta-feira (15) para encontro do G77. Na viagem, ele irá se encontrar com o presidente cubano Díaz-Canel, considerado um ditador. O presidente brasileiro vai à ilha acompanhado dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Nísia Trindade (Saúde) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia).

Durante a visita, o pagamento da dívida deverá ser discutido, como uma tentativa de reaproximação de Brasil com Cuba. Lula era amigo do líder cubano Fidel Castro e, durante os mandatos anteriores e nos mandatos de Dilma, as relações entre os dois países foram fortalecidas.

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