A Polícia Federal determinou, por meio de um processo aberto em maio deste ano, que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, devolva aos cofres públicos todos os valores recebidos enquanto ele estava preso preventivamente. O ex-ministro é delegado da PF e recebe um salário de cerca de R$ 30 mil.
Torres foi preso sob suspeita de "omissão dolosa" após os protestos de 8 de janeiro, quando ainda era secretário da Segurança Pública do Distrito Federal. Ele ficou detido por um período de quatro meses no 19º batalhão de Polícia Militar do DF até maio, quando foi solto por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
A decisão da PF em mandar que ele devolva o dinheiro é baseada em notas técnicas do Ministério do Planejamento, que estabelece que servidores federais não podem receber remuneração quando estão presos preventiva ou temporariamente.
O documento determina que se o funcionário público for absolvido no fim do processo pelo Poder Judiciário os salários descontados devem ser devolvidos integramente ao servidor. A PF abriu um procedimento administrativo interno para avaliar se Torres pode ser ou não exonerado da função.
O advogado de Anderson Torres, Eumar Novack, disse que desconhece a decisão da polícia em pedir a devolução dos salários do ex-ministro. A defesa afirmou que "assim que notificada, tomará as medidas cabíveis, para evitar possíveis abusos".
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