A Polícia Federal (PF) adiou o depoimento do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que estava agendado para as 14h desta segunda-feira, 24. Segundo os advogados de Torres, o "estado emocional e cognitivo" do ex-ministro sofreu uma "drástica piora" após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de mantê-lo preso na semana passada.
A defesa de Torres informou que uma psiquiatra da Secretaria de Saúde do Distrito Federal atestou a impossibilidade de o ex-ministro comparecer a qualquer audiência no momento, por motivos médicos, durante uma semana. O delegado Flávio Reis, responsável pelo inquérito da PF sobre a atuação de Torres e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, definirá a nova data do depoimento.
A defesa do ex-ministro nega as acusações de que as operações teriam acontecido para prejudicar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Em outra ocasião, os advogados de Torres já haviam apresentado um laudo médico que indicava um quadro depressivo do ex-ministro, mencionando inclusive a perda de mais de 10 quilos e a possibilidade de suicídio.
A defesa afirma que, assim que Torres estiver "recuperado", ele pretende cooperar para o esclarecimento dos fatos em apuração. Torres foi preso em 14 de janeiro, acusado de omissão durante a invasão das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Na época dos atos, ele era secretário de segurança pública do Distrito Federal e estava em viagem com a família nos Estados Unidos.
O ex-ministro está detido há cem dias no batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa do Distrito Federal.
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