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BNDES muda política de indicações em conselhos para emplacar aliados

Isso pode incluir a indicação de funcionários do próprio banco para esses cargos.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) planeja modificar sua política de indicação de conselheiros nas empresas em que é acionista, com o objetivo de ter maior influência nos colegiados. Isso pode incluir a indicação de funcionários do próprio banco para esses cargos.

Essa mudança de diretriz nas indicações já foi aprovada pelo corpo técnico do BNDES, mas ainda precisa da aprovação da diretoria e do conselho de administração da instituição. No entanto, essa possibilidade de indicações políticas tem gerado preocupações.


O BNDES emitiu uma nota afirmando que a alteração dos conselheiros indicados pela instituição durante a gestão anterior é um processo comum e previsto. Atualmente, o banco ocupa aproximadamente 44 cadeiras nos conselhos fiscais e de administração das empresas em que é acionista. A carteira de renda variável da BNDESPar, empresa de participações do BNDES, alcançou cerca de R$ 64 bilhões no final de 2022.

De acordo com a reportagem, as mudanças já estão em andamento. Na Tupy, uma multinacional do setor de metalurgia em que o BNDES possui quase 30% de participação, foram indicados três membros para o conselho de administração. Na Companhia Paranaense de Energia (Copel), na qual o banco detém 24% das ações, foram indicados dois profissionais da área técnica. Essa lista foi divulgada nos documentos disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No entanto, os nomes dos indicados para a JBS, onde o banco possui 20% das ações, ainda não foram divulgados. Segundo especialistas entrevistados pelo jornal, eles consideram essas mudanças na política de indicações como um retrocesso, uma vez que o BNDES havia adotado as melhores práticas de governança corporativa ao escolher seus conselheiros.

No governo de Michel Temer, o banco começou a indicar profissionais do mercado para compor os conselhos de administração das empresas em que tinha participação. Essa prática foi mantida no governo de Jair Bolsonaro.

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