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PCC tinha acesso a sistema de câmeras do governo de São Paulo, diz PF

As informações constam em relatório produzido pela Polícia Federal (PF).

Os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), acusados de organizar o plano de atentado ao senador Sergio Moro (União-PR), tiveram acesso a informações do programa de monitoramento da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, chamado Detecta. As informações constam em relatório produzido pela Polícia Federal (PF).

Em mensagens de WhatsApp obtidas pela PF, um dos investigados pede ao “parceiro” que investigue a placa de um carro da Polícia Civil. “Parceiro, precisava saber aonde esse carro andou de sábado até hoje [sic]”, diz a mensagem. “Consegue dar uma força para mim, para vê [sic] no Detecta?”


Foto: Reprodução / PFProvas da Operação Sequaz que consta no relatório da PF
Provas da Operação Sequaz que consta no relatório da PF

Em resposta, o outro suspeito envia uma imagem com todas as informações do veículo que aparece como propriedade da Polícia Civil, se tratando de uma viatura policial descaracterizada. Outros dados aparecem como ano de fabricação e chassi.

O Detecta é um agregador de informações que, teoricamente, poderia ser acessado apenas por agentes das forças de segurança. Em São Paulo, veículos que passam por um radar de velocidade têm suas informações armazenadas no banco de dados do Detecta. Esses dados deveriam ser sigilosos.

Quando os agentes de segurança acionam o Detecta, conseguem identificar quais veículos circulavam pelas ruas do Estado. O sistema contribui especialmente para a recuperação de veículos roubados.

Mas não para aí. O Detecta também fornece endereço e informações colhidas do RG dos indivíduos e dos registros da polícia, como antecedentes criminais e boletins de ocorrência registrados pelos cidadãos. O acesso a essas informações também deveria ser monitorado.

Em nota, a SSP informou que deu início a uma investigação rigorosa sobre os fatos relatados pela PF. “Se confirmada qualquer irregularidade, o responsável será preso e responderá pelos seus atos à Justiça”, comunicou o órgão.

Entenda o caso

Os detalhes das investigações vieram a público na quinta-feira (23), depois que a juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, determinou a retirada do sigilo de documentos da operação que prendeu nove suspeitos e cumpriu dezenas de mandados de busca e apreensão em diferentes estados.

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