O secretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Distrito Federal (Seplad), Ney Ferraz Júnior, virou réu em uma ação que investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no Instituto de Previdência dos Servidores (Iprev).
A investigação se concentra em possíveis irregularidades relacionadas ao favorecimento de uma empresa de São Paulo em um edital de credenciamento de fundos de investimento e instituições financeiras. Na época, Ferraz ocupava o cargo de presidente do Iprev.
Após a coleta de possíveis provas e análise dos indícios, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Ney Ferraz, e a Justiça aceitou. Outras três pessoas também se tornaram rés na ação, incluindo a esposa de Ferraz, Emanuela Dourado Rebelo Ferraz.
O advogado Cleber Lopes, responsável pela defesa do casal, informou que ainda não recebeu a notificação de que seus clientes se tornaram réus. Segundo Lopes, "a denúncia do MP não significa nem pode significar culpa antecipada".
Ney Ferraz é advogado e servidor público federal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele foi convidado pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para assumir a presidência do Iprev, cargo que ocupou de março de 2019 a outubro de 2022. Posteriormente, assumiu a Secretaria de Planejamento, quando o governador foi reeleito.
Questionado pela reportagem, Ibaneis afirmou que ainda vai avaliar a situação. Até o início da tarde desta quarta-feira (22), Ferraz continuava à frente da Seplad.
Investigação
Em fevereiro deste ano, Ferraz e outras pessoas foram alvos da Operação Imprevidentes, durante a qual foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na sede do Iprev, nas residências dos alvos e em empresas no Distrito Federal, em São Paulo e no Piauí. A investigação, iniciada em 2022, é conduzida conjuntamente pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e pela Delegacia de Repressão à Corrupção.
A suspeita recai sobre várias irregularidades no Iprev, desde o credenciamento de fundos de investimento e instituições financeiras até o uso indevido de recursos públicos. A principal linha de investigação sugere que funcionários do instituto teriam favorecido uma empresa de São Paulo em troca de vantagens indevidas, incluindo pagamentos em dinheiro.
Os investigadores apontam indícios de incompatibilidade entre o padrão de vida e os salários recebidos pelos agentes públicos investigados.
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