Defesa Civil interdita turismo náutico em Capitólio (MG), onde 10 pessoas morreram após uma pedra ter desprendido de um cânion e atingido embarcações, que estavam transportando turistas na região.
A Defesa Civil do município informou neste domingo, 9, o fechamento do turismo na entrada dos cânions onde ocorreu o acidente e na área da Cascatinha, para que as buscas dos corpos continuem pelo Corpo de Bombeiros e Marinha do Brasil, com apoio da Polícia Civil.
Segundo o Prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva, não houve um fechamento do turismo, mas uma interdição temporária para que o trabalho dos bombeiros continue. "Não é momento de falarmos isso agora, é momento de foco total na recuperação dos feridos, auxiliar as famílias das vítimas e encontrar aí os desaparecidos”. disse. Ainda não há prazo para que o turismo retorne à região.
Questionado sobre a análise de risco nos canyons e as ações que serão tomadas após o acidente, o Prefeito de Capitólio afirmou que aguarda um laudo técnico e que fará uma reunião nesta segunda-feira, 10, com a Marinha do Brasil, os prefeitos das cidades de São João Batista do Glória e São José da da Barra, para que possam discutir com os órgãos competentes medidas para aumentar a segurança de visitantes e turistas de todos Brasil, que visitam a região durante todo o ano.
Atualmente dezenas de embarcações como lanchas e escunas fazem o transporte de passageiros na região que envolve a represa de Furnas. Um Decreto Municipal de 27 de fevereiro de 2019 institui a regulamentação de circulação dos canyons em Capitólio, onde reforça a fiscalização do tráfego de embarcações dos equipamentos náuticos que possam colocar em risco a integridade física dos cidadãos.
O documento com nove artigos cita sobre o número de embarcações permitidas nas áreas, o tempo de permanência de no máximo 60 minutos, a velocidade permitida e outros itens, que segundo o Prefeito estão sendo seguidos e acompanhados.
“O município possui uma lei para regulamentar as embarcações e desde o ano passado temos feito um trabalho de conscientização sobre as cabeças d’água para com os turistas. Meu pai vive aqui há 70 anos e nunca tinha visto uma pedra soltar dessa maneira. Estamos preocupados com o turismo sustentável e a chegada da marinha na região ajudou a regulamentar muita coisa. Essa regulamentação traz segurança para os turistas”, completou.
Dono de lancha era parente da maioria das vítimas
A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um inquérito policial paralelo ao inquérito que irá tramitar pela Marinha visando verificar se há responsabilidades de terceiros no acidente.
Durante uma entrevista coletiva neste domingo, o Delegado Regional de Polícia Civil de Passos, Marcos Pimenta, disse que proprietário da lancha com o nome “Jesus” fez uma foto de 10 pessoas que estavam com ele em uma pousada, e a imagem está sendo utilizada para identificação das vítimas.“Ouvimos o proprietário da lancha e ele está nos ajudando a reconhecer no IML em Passos. Ele é parente da maioria das vítimas que morreram. Vamos ouvir mais testemunhas e outros envolvidos”, disse.
O corpo de Julio Borges Antunes, de 68 anos, natural de Alpinópolis - MG foi a primeira vítima a ser identificada e a polícia ainda trabalha para identificar outras nove pessoas:
Um homem, 40 anos, natural de Betim (MG), que de acordo com os policiais era o piloto da lancha
Uma mulher, 43 anos, natural de Cajamar (SP)
Uma mulher, 18 anos, natural de Paulínia (SP) – filha da mulher de 43 anos
Um homem, 67 anos, natural de Anhumas (SP)
Uma mulher, 57 anos, natural de Itaú de Minas (MG) – Esposa do homem de 67 anos
Um homem, 37 anos, natural de Itaú de Minas (MG) – Filho do homem de 67 anos
Um homem, 14 anos, natural de Alfenas (MG) – Neto do homem de 67 anos
Um homem, 24 anos, natural de Campinas (MG)
Um homem, 35 anos, natural de Passos (MG)
Os corpos estão sendo encaminhados para o IML de Passos (MG) e serão analisados para fazer o reconhecimento.
Ver todos os comentários | 0 |