A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu o arquivamento de inquérito instaurado contra o senador Renan Calheiros (MDB) para apurar suposto pagamento de vantagem indevida pela OAS, entre 2013 e 2014, para evitar instauração da CPMI da Petrobrás. Dodge ainda pediu o envio das investigações remanescentes para a Justiça de Alagoas.
Em sua argumentação, Dodge diz que as investigações confirmaram o repasse de valores não contabilizados em Maceió a pedido da empreiteira OAS, no interesse da Obra Canal Sertão. ‘No entanto, em relação ao senador investigado’, continua a procuradora-geral, ‘forçoso reconhecer que a apuração não reuniu até o momento suporte probatório mínimo que ampare o fornecimento da denúncia’.
Dessa forma, apesar de arquivar o inquérito contra Renan, ela afirma que ‘os indícios colhidos apontam pela prática de corrupção e de lavagem de dinheiro relacionada à Obra Canal do Sertão Alagoano, de modo que se afigura pertinente o envio desta investigação à Seção Judiciária de Alagoas’.
O inquérito foi desencadeado a partir de colaboração premiada do doleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, que trabalhava para o também doleiro Alberto Youssef, um dos principais personagens da Lava Jato.
Em sua colaboração, Ceará informou que havia entregue R$ 1 milhão em Maceió para um emissário do senador. Ainda segundo o doleiro, teria sido Youssef quem lhe disse que o dinheiro era destinado a Renan. Em oitiva com Youssef, no entanto, ele negou que tenha identificado o senador como o destinatário final da propina.
COM A PALAVRA, O SENADOR
A reportagem busca contato com Renan Calheiros.
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