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Mestrado em Ciências Criminais: um sonho realizado


  • Foto: Lucas Dias/GP1Edvaldo MouraEdvaldo Moura

Desembargador Edvaldo Pereira de Moura

Diretor da ESMEPI e Professor da UESPI


Neste mês de novembro, do Ano da Graça de 2020, estamos deixando registrado nos Anais da História da Justiça do Estado do Piauí, a realização de um sonho, que por mercê de Deus, teve tudo, com o mais poderoso e requintado contributo da indiferença e do desestímulo, para não passar de um atribulado pandemônio de insônias e pesadelos.

Mas venceram os atributos infalíveis das boas intenções, do trabalho inquebrantável dos magistrados de boa vontade e dos esforços de nossa jovem mentalidade, contra o bastião dos interesses egoísticos, da neutralidade dos fracos e da torcida mórbida dos imobilistas crônicos.

Foi, recentemente, anunciada a relação dos 25 primeiros alunos e alunas selecionados para formarem a turma inaugural do primeiro curso de Mestrado em Ciências Criminais a ser ministrado em Teresina, sob o credenciamento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RG, uma das instituições de graduação, de especialização e de pós-graduação universitárias mais respeitadas do país. Nesta Capital, todo empenho de credenciamento se deve a uma meia dúzia de mentes privilegiadas e esclarecidas, à frente da Faculdade Santo Agostinho, da Associação dos Magistrados do Estado do Piauí – AMAPI e da Escola Superior da Magistratura do Estado do Piauí – ESMEPI.

Além dos ilustres membros diretores da AMAPI e da ESMEPI, não podemos deixar de ressaltar o nome dos distintíssimos e incansáveis colaboradores: Professor Átila Lira Filho, magnífico reitor da Faculdade Santo Agostinho; Professor Juliano de Oliveira Leonel, Defensor Público, Doutorando em Ciências Criminais, pela PUC-RS e Professor Doutor Ricardo Jacobsen Gloeckner, Doutorado em Direito pela Universidade de Nápolis Federico II, Itália, Doutorado pela Universidade do Paraná, Professor de Pós-Graduação em Ciências Penais e Coordenador da Especialização em Ciências Penais e da Especialização em Direito Penal e Criminologia da Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS.

Confesso que, até por recomendações médicas, quase não pude chegar ao fim desta empreitada, para minha pessoa, um projeto de há muito acalentado, mas sem boas perspectivas de vê-lo realizado. Não tenho a acintosa deselegância nem a falácia ética, capaz de reconhecer em pessoa ou pessoas quaisquer, os obstáculos que rompi, com a crença de que Deus, no final de minha carreira de magistrado, me chamaria para efetivar este marco gigantesco no campo do ensino superior voltado à ilustração e à qualificação de ponta dos meus companheiros e companheiras do estreito e traiçoeiro caminho em busca da realização dos destinos, ingratos mas glorificantes, apontados aos profissionais da Justiça e do Direito.

A nossa vitória é uma honrosa homenagem à juventude que aguarda os nossos lugares, um chamado aos que estão sob a hipnose do egoísmo, aos que hoje clamam por uma justiça qualificada e sem mendacidade, aos nossos predecessores, que morreram alimentando seus espíritos de renúncia e obstinação, como os crentes que deixam este mundo, confiantes na esperança de verem resplandecer sobre suas enrugadas faces, a claridade divina, garantida aos sábios, aos santos e aos heróis.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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