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*Zé da Cruz

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Líder comunitário Zé da Cruz(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1) Zé da Cruz
Batendo uma bola com meu amigo rapper Preto Kedé chegamos a uma conclusão: “onde é mesmo que está esse novo Piauí de que tanto se fala na mídia?” Novo Piauí, em tese, porque na prática por onde se anda só se vê a desorganização administrativa e o povo passando por todo tipo de aperto desde sede, fome, ausência de hospitais e até de liberdade de expressão.

Um dia desses um pobre coitado em Elesbão Veloso arriscou levantar um cartaz de protesto na frente do todo-poderoso “cara de tanjo”, e foi rapidamente cercado por seus jagunços tomando o cartaz e ainda foi ameaçado ser preso. Com certeza o milico usou o mesmo bordão da época da ditadura: “você sabe com quem tá falando?”.

Isso é marca desse governo, gostaria de saber por que esse governo, que diz por aí ser o do desenvolvimento, deixou irresponsavelmente os aparelho públicos do Jacinta Andrade se acabar no mato, no sereno e na chuva. Duvide-o-dó que isso tenha acontecido com a clínica cinco estrelas que está sendo construída na Miguel Rosa.

Não vou nem falar do aumento crescente da violência, mesmo com blitz constante da polícia que só prende moto e carro de pais de família que não têm como pagar o DPVAT e as prestações mensais nas concessionárias. Grandes empresários do crime ficam despalitando os dentes usando menores para levar a culpa e a fama.

Precisamos de instrumentos para apascentar essa convulsão social que nesse barco só sobra para o lado mais fraco e oprimido. Nesse período está muito difícil, pois se aproxima a eleição e só se fala em política e políticos. A bola da vez é a sucessão estadual. O governador disse que só falaria de eleição em 2014, mas já adiantou a conversa para saber quem está do seu lado, quem está dentro do projeto, no qual ele diz levar em conta o povo. Gostaria de saber se o povo que o senhor fala é o seu?

Como diz um comentarista político da capital, sei que o senhor não gosta de opinião principalmente, vindo de um negro, pobre e que mora na periferia. Mas como também hoje os tempos são outros gostaria de falar isso na sua cara, infelizmente dois motivos me impedem: um porque vossa excelência não me recebe; outro porque não tenho um terno.

Governador cuide de seu povo que tem adoecido por dentro e por fora. Precisamos de políticas públicas urgentes para tratar dessa chaga chamada “crack” e não só propaganda na mídia, enquanto isso na sala de injustiça a juventude pobre está sendo exterminada. O senhor só pensa na sua candidatura para Senador, pois se as coisas continuarem nessa penúria, vossa excelência vai pegar a BR 316 e tomar no Rodoanel.

*Zé da Cruz é poeta e liderança comunitária

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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