Senhor presidente Lula, ser prudente é demonstrar responsabilidade e racionabilidade. Afirmar que o pré-sal será a independência do Brasil, não deixa de ser uma jogada política conhecida de persuasão social. Não se deve brincar com a população com propostas mirabolantes. Enquanto se tem dinheiro para aplicar numa "tentativa" de longo prazo, cresce a quantidade de pessoas miseráveis dormindo como "porcos imundos" por todas as ruas das cidades brasileiras. Então, o presidente da República prefere ver morrer à míngua - legião de brasileiros paupérrimos, desempregados, esfarrapados, alcoolizados, esfomeados e sem um teto para morar por todo o Brasil - a dar logo dignidade de viver a esses cidadãos brasileiros que não tiveram a sorte de ser político como vossa excelência? Quantos irmãos brasileiros vivendo à abaixo da linha de pobreza ou que não encontram emprego para custear as suas necessidades vitais, vítimas de políticas governamentais irresponsáveis, poderão morrer por inanição precocemente porque a megalomania de um governo prefere investir altas somas no imponderável, ou seja, num "pré-sal" que não se pode avaliar com certeza, no curto prazo, o retorno do capital aplicado?
Gostaria de saber se vossa excelência administrasse a sua casa teria coragem de aplicar o seu dinheiro numa empreitada arriscada? A não ser que vossa excelência seja um desses malucos que arriscam na Bolsa de Valores. Tudo indica que vossa excelência quer usar o pré-sal como combustível para campanha política ao Planalto, e ter o seu nome cunhado numa obra que poderá ser considerada faraônica pelo volumoso custo de um empreendimento de retorno incerto. É o que se pode depreender.
E não se esqueça, presidente Lula, de que as pesquisas por energias alternativas não poluentes deveriam merecer maior atenção, e que um País só se tornará forte quando o seu governo se voltar à responsabilidade de fazer investimentos maciços em educação.
*Julio César Cardoso, bacharel em direito e servidor federal aposentado
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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