Fechar
Colunista Brunno Suênio
GP1

Saiba como agiam irmãos presos pelo DRACO acusados de lavar dinheiro para o PCC

Eles foram presos durante Operação Juros Altos, em 21 de agosto, mas soltos 8 dias depois.

A Coluna obteve acesso às informações sobre como agiam os irmãos Joel de Oliveira Gomes, Luís Gonzaga de Oliveira Gomes e Tomaz Oliveira Gomes, acusados de integrarem o Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles foram presos durante Operação Juros Altos deflagrada no dia 21 de agosto em São Raimundo Nonato, contudo já estão em liberdade após decisão do juiz Carlos Alberto Bezerra Chagas.

Conforme investigação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), Joel de Oliveira Gomes é um dos responsáveis pela lavagem de dinheiro da organização criminosa PCC na cidade de São Raimundo Nonato.


Consta ainda que ele contava com apoio da companheira Ivanete Gomes de Oliveira, do cunhado Dalvarez Gomes de Oliveira, vulgo “Tan Tan”, dos seus irmãos, Tomaz e Luís Gonzaga, vulgo “Cabeludo”, e da esposa dele, Juscimara Ferreira de Sousa.

Foto: ReproduçãoJoel de Oliveira Gomes, Luís Gonzaga de Oliveira Gomes e Tomaz de Oliveira Gomes
Joel de Oliveira Gomes, Luís Gonzaga de Oliveira Gomes e Tomaz de Oliveira Gomes

Quanto a Luís Gonzaga, segundo a polícia, “a atividade criminosa vai além da usura, havendo em verdade verdadeiras extorsões organizadas por uma família, ou seja, organização criminosa que explora o medo e a vulnerabilidade das pessoas, por meio de constrangimento, ameaças e violência, buscando vantagens econômicas indevidas, geralmente exigindo dinheiro ou bens materiais em troca de não causar danos”.

Entre vários outros elementos, a polícia levou em consideração boletins de ocorrência em que Luís Gonzaga foi denunciado por crime de agiotagem na região de São Raimundo Nonato, sendo, acusado de gaves ameaças contra seus devedores.

Vítima relatou ameaças de morte

Segundo Boletim de Ocorrência, no dia 02 de maio de 2022, uma das vítimas foi até a residência de Luís Gonzaga para tratar de um dinheiro (R$ 1.700,00) que tinha pego emprestado com juros. Na ocasião, a vítima disse que não tinha o dinheiro que estava sendo cobrado (R$ 2.170,00).

A vítima então relatou que Luís Gonzaga começou a se alterar, fechou a porta e cadeados da sala, não deixando ela sair, “ocasião em que Luís Gonzaga começou ameaçar o noticiante dizendo "vou te matar", oportunidade em que Luís Gonzaga pegou um estilete e lesionou o noticiante no braço”.

Logo em seguida, a vítima contou que Luís Gonzaga proferiu palavras de xingamentos como “ladrão, bandido, velho nojento” e que com medo de Luís Gonzaga, afirmou que pagaria o débito naquela semana, momento em que o acusado abriu a porta e a deixou sair. Posteriormente, a vítima foi então até a delegacia de polícia para denunciar o caso.

Acusado ameaçou tomar casa de vítima

Outra vítima registrou boletim de ocorrência, no dia 20 de outubro de 2023, contra Luís Gonzaga alegando que o marido começou a pegar dinheiro emprestado com o acusado há uns dois anos, tendo iniciado com empréstimo de R$ 1.000,00 para pagar com juros de 20% ao mês.

Segundo a mulher, o acusado disse que a dívida do marido com Luís Gonzaga já estava no valor de R$ 69.500,00, tendo pedido ao marido que levasse até a casa dele o contrato de compra e venda da casa do casal, que é financiada pelo Banco do Brasil e que só será quitada em 2042, juntamente com a documentação do engenheiro que vendeu a casa.

“Que o autor [Luís Gonzaga] pegou toda documentação e falou que a vítima e a comunicante ia morar na casa pagando um aluguel pra ele de R$500,00, e ficar pagando a mensalidade da casa em dias para quando quitar a casa transferir pro seu nome”, diz trecho do depoimento da vítima.

Acusado tentou arrombar casa de vítima

Uma terceira vítima foi procurou a delegacia, no dia 30 de outubro de 2023, para informar que, naquela data, havia sido ameaçada por Luís Gonzaga. Ela relatou que há três meses havia pego a quantia de R$ 3.000,00 emprestado com o acusado, para pagar em três prestações de R$ 1.320,00, com as parcelas do seguro desemprego que tinha para receber. A vítima afirma que deixou com Luís Gonzaga seu RG, CPF, Carteira de Trabalho e o cartão da poupança em que seriam depositadas as referidas parcelas.

Segundo a vítima, o acusado foi até sua residência para cobrar o valor que tinha para receber e tentou arrombar a porta da casa, mandando áudios via WhatsApp com mensagens o chamando de “vagabundo”, falando que ia lhe “comer vivo” e que ele se escondesse seria pior. Ainda conforme a vítima, Luís Gonzaga foi na casa de sua mãe e perguntou por ele, em seguida, falou que ia em casa pegar uma faca e que a vítima o pagaria de qualquer forma.

A vítima relatou ainda que o autor disse não ter medo das autoridades.

Investigado disse que era do PCC

Uma outra vítima se dirigiu a delegacia em São Raimundo Nonato no dia 22 de maio deste ano, denunciando Luís Gonzaga por ameaças. Ele relatou ter pego emprestado R$ 105 mil com o acusado e, com a cobrança de juros abusivos de 20%, a dívida só aumentava.

A vítima disse às autoridades policiais que já havia pago R$ 170 mil a Luís Gonzaga, mas ele o continuava pressionando por mais dinheiro, chegando a invadir um ponto comercial de sua propriedade, para lhe ameaçar. O denunciante disse que o acusado disse que iria lhe dar uma “surra” e iria “massacrá-lo”, afirmando que fazia parte do PCC.

Família extorquia vítimas

Conforme a FICCO, a atividade criminosa consistia em verdadeiras extorsões organizadas por uma família, explorando o medo e a vulnerabilidade das pessoas, por meio de constrangimento, ameaças e violência, buscando vantagens econômicas indevidas, geralmente exigindo dinheiro ou bens materiais em troca de não causar danos.

Relação com o PCC

Foi constatado ainda que Luís Gonzaga exercia influência no PCC, utilizando-se de membro da referida facção, identificado como José Anchieta Ribeiro de Oliveira, para executar cobranças de juros, de forma a intimidar seus devedores.

Em mensagens de WhatsApp, Luís Gonzaga constrangia inúmeras pessoas, mediante grave ameaça, consubstanciada em tomada de transportes e de imóveis, bem como ameaças contra a vida de seus devedores, para obtenção de vantagem indevida, pautada na cobrança de juros abusivos sobre valores emprestados.

“Por fim, cumpre salientar que Luís Gonzaga recrutou seus dois irmãos, Tomaz Oliveira Gomes e Joel de Oliveira Gomes, a fim de associarem-se com o escopo de enfrentar indivíduo identificado como “Valdir Custódia”, falando inclusive em matar seus desafetos”, diz trecho do relatório.

Esposa de Luís Gonzaga

Durante as investigações, a polícia identificou um papel de destaque de Juscimara Ferreira de Sousa, esposa de Luís Gonzaga, na organização criminosa. Segundos as autoridades, ela possuía valores significativos relacionados a atividades ilícitas, totalizando aproximadamente R$ 1.015.466,87 (um milhão quinze mil quatrocentos e sessenta e seis reais e oitenta e sete centavos) em duas aplicações financeiras em nome das filhas.

A participação de Juscimara na organização criminosa incluía a prática de usura (agiotagem), onde ela realizava empréstimos a juros abusivos, além de estar envolvida na cobrança de dívidas, de acordo com a investigação.

Conversas e áudios encontrados em seu celular indicam que ela tinha uma extensa rede de negócios ilícitos, colaborando ativamente com Luís Gonzaga, em suas atividades que evoluíam de meras cobranças para extorsão, diante das graves ameaças.

Rapidinhas

Irmãos do PCC foram soltos por juiz três dias depois de desembargador negar liberdade

O juiz Carlos Alberto Bezerra Chagas, da 1ª Vara da Comarca de São Raimundo Nonato, mandou soltar os irmãos Joel de Oliveira Gomes, Luís Gonzaga de Oliveira Gomes e Tomaz Oliveira Gomes, presos no dia 21 de agosto durante a Operação Juros Altos acusados de integrarem o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A decisão foi dada na última quinta-feira (29), três depois do desembargador José Vidal de Freitas Filho, do Tribunal de Justiça do Piauí, ter negado a soltura deles em pedido de habeas corpus, e em desacordo com o parecer do Ministério Público que opinou pelo indeferimento da liberdade. O GP1 está de posse de todas as decisões.

Atendendo então ao pedido, o magistrado substituiu as prisões preventivas por outras medidas cautelares como: proibição de ausência da comarca onde reside, por mais de 10 dias, sem prévia autorização deste juízo; obrigação de comparecimento mensal neste juízo (até o dia 10 de cada mês), para informação e justificação de suas atividades habituais; proibição de contato, por qualquer meio, com as vítimas e testemunhas dos crimes investigados; obrigação de comparecimento aos atos da investigação criminal e de eventual processo, sempre que regularmente intimado; e proibição de mudança de endereço sem prévia comunicação ao juízo.

Foi advertido ainda que em caso de descumprimento de qualquer uma das condições poderá haver a revogação da liberdade provisória e o restabelecimento da prisão preventiva, bem como a possibilidade de modificação e/ou fixação de novas condições.

Rafael Fonteles entra de vez no front da campanha de Fábio Novo

Em uma semana cheia de situações nada favoráveis ao candidato petista Fábio Novo, que teve seu nome envolvido em uma operação da Polícia Federal, o governador Rafael Fonteles usou as redes sociais para relatar que teve início um período crucial da campanha, quando se começam os ataques mais diretos aos candidatos. Ele relembrou o ano de 2022, quando foi alvo de ações difamatórias, mas que, ao final, o consagrou vencedor da eleição para governador. Resta saber se a receita de dois anos atrás terá o mesmo efeito em 2024.

Foto: Lucas Dias/GP1Rafael Fonteles, governador do Piauí
Rafael Fonteles, governador do Piauí

Correndo por fora, Sílvio Mendes intensifica campanha na periferia

Buscando estar mais próximo do eleitor, o candidato do União Brasil, Sílvio Mendes, que junto com Fábio Novo polariza a disputa pela Prefeitura de Teresina, realizou uma carreata com grande volume de apoiadores na região da Grande Santa Maria da Codipi, na tarde do último sábado (31).

Em recente entrevista à TV GP1, Sílvio disse que na época em que foi prefeito deixou a gestão com mais de 90% de aprovação, agradando até os petistas.

Foto: Alef Leão/GP1Sílvio Mendes
Sílvio Mendes

O jogo agora é outro, o público mudou, os votos se dissiparam e a missão de reconquistar o apoio do eleitorado é, realmente, o corpo a corpo que, aliás, não tem sido a receita adotada por outros candidatos, que sumiram da campanha!

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.