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Eleições 2022

Ravenna Castro defende maior investimento na Educação pública no Piauí

Candidata do PMN afirmou também que irá trazer efetividade à segurança pública.

Dando sequência à série de entrevistas com os candidatos ao Palácio do Karnak, a TV GP1 conversou, nessa terça-feira (27), com Ravenna Castro, do Partido da Mobilização Nacional (PMN), que concorre como candidata a governadora nestas eleições.

Durante a conversa, a candidata reforçou que focará na educação, com medidas inclusivas a crianças e jovens com neurodivergências.

Foto: Lucas Dias/GP1Ravenna Castro e Lívia Pessoa
Ravenna Castro e Lívia Pessoa

Veja entrevista na íntegra:

Candidata, nós sabemos que o PT está no comando do governo do estado há pelo menos 20 anos. Para a senhora, qual a importância da alternância do poder?

É um dos benefícios que a democracia nos traz. Hoje o cenário político piauiense mostra uma gama enorme de candidaturas. Alternâncias no poder é importante pra oxigenar as pastas e até a própria governança dentro do estado do Piauí. Muito se fala em polarização a nível nacional, isso inegavelmente tem refletido nos estados, mas eu venho dizendo desde o começo, desde o lançamento da nossa pré-candidatura que o PMN está aí como opção a tudo que já está posto e é uma alternativa viável para aquela pessoa que vê em uma candidatura vindo das quatro populares uma melhor esperança, uma alternativa para o um governo, um Piauí melhor para as famílias humildes, carentes e, sobretudo, aquelas mais vulneráveis.

Para a senhora, candidata, quais os pontos positivos e negativos do de Wellington Dias?

Bom, o governo de Wellington Dias ele está entregando agora, então, fazer uma avaliação sobre esse governo para nós é colocar a nossa candidatura como alternativa, porque nós precisamos procurar de início, até digo o primeiro ato após o novo governador entrar, [terá que passar] uma auditoria para ver qual é a situação real do governo do estado já que está aí há bastante tempo. Fazer, também, o enxugamento da máquina pública, a otimização das pastas, até algumas que podem ser integradas, diminuir a quantidade de secretarias existentes, pra poder otimizar a governança e dar viabilidade à execução dos projetos de governo. Mas no sentido de melhorar e identificar os pontos deficitários e suprir de imediato o que for de urgência. Mas para isso, nós precisamos fazer, de fato, o que nós colocamos no nosso projeto de governo, [passando por] uma auditoria para saber a situação real, porque é um governo que está há bastante tempo, como todo e qualquer governo tem seus pontos fortes, seus pontos fracos, mas precisamos identificar quais são os pontos fracos pra agir de imediato. Isso é possível através de uma auditoria mais apurada.

Foto: Lucas Dias/GP1Ravena Castro
Ravena Castro

Candidata, inclusive, uma das suas principais propostas é a questão da educação. Como que a senhora pretende promover uma maior igualdade entre o ensino privado e público aqui no Piauí?

Inegavelmente a educação ela é a tábua de salvação do pobre. Ela é o maior instrumento de ascensão social que o pobre tem na sua história. Isso eu posso dizer porque vivi na pele. Vim de família humilde e hoje sobrevivo através da minha profissão. Nós precisamos garantir que esse aluno que venha de escola pública, ele consiga, de fato, ter uma vaga na UESPI, ter uma vaga na universidade. Fazendo com que o ensino público possa estar equiparado com a educação privada. Por muitas vezes a gente percebe que os professores da rede particular e da rede pública de ensino são os mesmos. Ou seja, eles estão lá ministrando o mesmo conteúdo, mas há algum tipo de entrave que o aluno vindo da escola pública não consegue ter o mesmo rendimento desenvolvimento está preparado pra concurso público, estar preparado para passar no ENEM e no vestibular, ingressar na Universidade conseguir de fato uma carreira.

Candidata, ainda falando sobre a questão da educação. Sabemos que também há muita desigualdade com crianças que possuem o transtorno do espectro autista ou alguma outra neurodivergência. Como a senhora pretende lidar com essa situação do estado?

Agora, recentemente, nós tivemos uma lei federal, sendo promulgada, para garantir a integração entre o ensino e a saúde, no sentido de dar apoio e suporte a essas crianças portadoras de necessidades especiais. Quando eu falo portadora necessidades especiais, não só as físicas, mas também os transtornos mentais, no caso o TDAH, o transtorno do espectro autista, e essas crianças elas possuem inegavelmente dificuldades, que a família junto com a escola e o estado também tem o dever de avançar no sentido de suprir. [Por exemplo,] a minha filha tem TDAH, que é o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Ela tem oito anos de idade e tem dislexia também, em que ela ainda não aprendeu a ler e escrever. Então, a família que possui uma criança portadora de necessidade especial ela sabe qual é a dificuldade que tem que ser superada. Ela só sabe na pele a exclusão e muitas vezes a discriminação, por isso o estado tem o dever de intervir, no sentido de incluir não só essas crianças, mas também as famílias, porque querendo ou não, as famílias, as mães, os tios, avós, os cuidadores aqueles que estão mais próximos vivendo com a criança, [também sofrem]. Então, muito se fala no nosso governo em saúde mental, porque querendo ou não, quem está próximo, vivendo ali de ladinho, não só a criança sofre uma sobrecarga psicológica emocional. E aí onde a gente fala em saúde mental? A saúde mental de quem cuida 24 horas, da mãe que está sofrendo na fila da saúde pública, que está sofrendo a exclusão, que vê o problema do filho na escola, que fica pensando no futuro: “meu Deus, como meu filho vai superar essa barreira?”, que está sofrendo toda aquela sobrecarga psicológica, às vezes não tem uma saúde pública, já fugindo um pouco do viés, mas que também está interligado, para poder suprir a necessidade de atendimento emocional dessa mãe. O psicológico fica muito abalado. Está vendo o filho sofrer, está é está vendo as dificuldades que o filho tem que superar e acaba sobrecarregando muito. Então, a gente precisa abraçar não só a criança, mas também os cuidadores.

Foto: Lucas Dias/GP1Ravena Castro
Ravena Castro

Aproveitando o que a senhora falou sobre as deficiências que já sofreu na pele enquanto mãe, enquanto piauiense na saúde pública. Nós sabemos que possuímos muitas deficiências, como a falta de leitos de UTI, medicamentos, equipe médica. Como que a senhora resolveria essa situação ou sanaria a maioria dos problemas?

Você chega no hospital e às vezes há uma deficiência de médicos. Muitas pessoas na fila aguardando pra poder ser atendidas, além disso, nessa mesma dinâmica os exames e a falta de medicamento. Aquelas medicações tarja preta que antigamente tinha à disposição, já hoje muita gente relatando dificuldade. Então, a saúde pública não só em Teresina, mas como no estado do Piauí inteiro, precisa ser melhor cuidada. Ela precisa ser priorizada com investimento dos hospitais regionais e também a construção de novos hospitais, no sentido de estruturar, de colocar mais médicos à disposição do povo. Para que eles consigam fazer as suas consultas, seus exames, para que tenha medicação que o povo precise, no momento que o povo precisa e para que esse povo não possa estar morrendo enquanto aguarda o exame. Não precisa estar dependente, sendo humilhado na fila do SUS, que faz um serviço muito bom, mas precisa ser melhorado.

Candidata, agora mudando um pouquinho o foco da entrevista para a segurança. Nós sabemos que a situação no estado está caótica. Inclusive, Teresina foi apontada como a quarta capital mais violenta do Brasil. Como a senhora pretenderia transformar essa situação da criminalidade no estado?

Antigamente a gente podia notar já a presença tímida de algumas facções criminosas que trabalham no tráfico. Alguns pontos, alguns casos isolados de assaltos dentro da capital e no interior. Mas a gente nota que houve realmente, não só como dados de pesquisa, mas observando e vendo esse aumento da criminalidade com a instalação de novas facções dentro do estado do Piauí. Antigamente você ouvia falar de uma ou duas. Hoje são três, quatro. Eu, que venho da advocacia criminal, sei que tem outras facções de outros estados querendo migrar pra cá, estabelecer pontos de comércio e tráfico. Entendeu? Querendo servir o Piauí de tráfego. Viciar o jovem, destruir famílias. Fora a questão do assalto, que é muito grave aqui. O jovem hoje sai pra estudar, vai de ônibus correndo risco de ser morto. O pai de família da mesma forma. Eu não tenho coragem, como mulher, de andar sozinha um quarteirão. Eu penso quem é pai de família e pensa no filho, “meu Deus, ele vai sair, o que será que vai acontecer?”, correndo risco de sofrer crimes sexuais, ser violentado e todo tipo de natureza do que não presta. Precisamos trabalhar a segurança pública no estado de duas formas: preventiva e repreensiva. Preventiva de identificar quais são os problemas mais caóticos e que estão também muito evidentes. Fazer o mapeamento do crime, o mapa do crime do estado do Piauí. Ter o apoio da sociedade pra nos ajudar a identificar, ouvir a voz da comunidade que é quem está sofrendo com isso. Intensificar um projeto de investimento em cima da segurança pública. Além disso, equipar as nossas polícias, a Polícia Civil, Polícia Militar, dando não só estrutura, mas a valorização do profissional. Eles precisam ter o equipamento, porque ninguém vai conseguir combater o crime andando de bicicleta ou com bala de borracha. Então, a gente precisa dar um tom mais alto pra que a gente possa conseguir realmente repreender essa criminalidade, que tenta avançar dentro do nosso estado. O Piauí é um estado, que pela sua natureza um estado calmo, não era para ter essa criminalidade, o nosso povo é um povo calmo. A gente vivia tempos de paz até pouco tempo, e parece que de um ou dois anos pra cá, a criminalidade estourou de uma forma descontrolada. Então, a gente tem que fazer a reprimenda pra que a gente possa garantir tempos de paz novamente no estado do Piauí.

A senhora até comentou sobre o crime contra a mulher e é uma também vem crescido bastante. Inclusive a cada 72 horas uma mulher é violentada no Piauí. Então, como a senhora pretende proteger essa mulher?

De duas formas: preventiva e repressiva. Nós temos que fazer o mapa das zonas de risco, fazer todo um trabalho preventivo no sentido de identificar. Falou-se até pouco tempo do cadastro de potenciais agressões. Estou falando aqui de violência doméstica. Quando se trata do sentido de crimes na da vala comum de qualquer tipo como crime cometido contra a mulher, seja assalto, ameaça ou os crimes de natureza sexual. O estado tem que intervir de forma geral, como intervém para todos os outros. Ter uma boa estrutura, um bom efetivo, um equipamento para reprimir veemente qualquer tipo de ameaça contra a segurança pública e contra as famílias do estado do Piauí. Mas trabalhando sempre de forma preventiva e repressiva. Porque quem se programa, quem age antes da hora já evita muita coisa que poderia ter sido evitada antes. Então, dá o atendimento porque, como você disse, as mulheres são um grupo historicamente vulnerável e não só dentro de casa, mas também fora de casa. Elas precisam realmente ter uma atenção maior dentro do estado. Ter essa preocupação com ela e não só aquela garantia que já tem a lei Maria da Penha, tem não sei o que. Gente, papel não segura bala, papel não segura murro. Então, a gente tem que ter uma garantia efetiva de que essa mulher não vai ser agredida, de que essa mulher vai conseguir viver dignamente sem ter a sua integridade física e mental violada e não só a mulher, mas todos os moradores, todos os populares, todas as famílias do estado do Piauí.

Vou aproveitar até o que a senhora acabou de falar. Papel não segura bala. Então, quer dizer que a senhora seria a favor do armamento da população?

A questão do armamento da população é porque as pessoas não esmiuçam, de fato, o que significaria a questão da comunidade. Essa é uma pauta que costuma ser de direita. Eu não costumo me posicionar muito ideologicamente. Eu acredito que direita e esquerda, desse sentido de ideologia de direita e esquerda, existem boas ideias tanto do campo da direita quanto no ponto da esquerda. O armamento da popular não seria feito de forma desordenada como eles vêm falando. A gente estudou esse projeto desde o começo e quem vê assim, acredita que vamos armar a população e acha que qualquer um vai ter arma e nem todo mundo tem o psicológico ou tem a condição financeira para ter arma. Porque essa arma ela não seria dada gratuitamente. Também não é a qualquer a pessoa, pois precisaria provar que tem capacidade psicológica para ter uma arma, como profissional da segurança pública faz.

Foto: Lucas Dias/GP1Ravena Castro
Ravena Castro

Considerações finais:

Piauienses, nós sabemos das dificuldades que o povo pobre passa, o povo mais humilde, povo mais vulnerável. Que é aquele que de um olhar mais sensível do governo do estado. A nossa candidatura não é à toa. Ela nasce das classes populares e dos mais humildes. Sou filha de pais desempregados. Consegui minha profissão através do estudo, de muito estudo e muito trabalho. Hoje sou mãe em tempo integral. Cuido da minha filha com o suor do meu trabalho. Sou de média renda. Sei a dificuldade que você passa e a nossa candidatura está com uma alternativa ao que já está posto e vai ser voltada para os mais humildes pra você que mais precisa. Então, eu te peço humildemente a oportunidade para que você possa votar no 33, na Ravena Castro. Quem vota na Ravena, vota também nos federais do 33. É o primeiro voto. Na hora que você chega lá e apertar o 33 e confirma, assim, você vai estar nos ajudando a eleger nossa bancada federal em Brasília pra nos dar suporte e no 33 pra governo. Nós vamos governar juntos, pois será um governo voltado para o povo mais humilde.

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